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EDP perde milhões em bolsa com expetativa de desvalorização de receita futura

A investigação sobre os CMEC está a penalizar as ações da EDP. Esta segunda-feira um tombo de 2,25% retirou cerca de 266 milhões à capitalização da empresa. O CEO António Mexia, um dos arguido por suspeitas de corrupção , fala esta manhã aos jornalistas.
6 Junho 2017, 07h05

António Mexia dá hoje uma conferência de imprensa a explicar o caso que o levou a ser constituído arguido pela Procuradoria Geral da República.

A cotação da EDP caiu esta segunda-feira 2,25%, para 3,167 euros, uma desvalorização que ronda os 266 milhões de euros, segundo um analista, fixando-se a sua capitalização bolsista em 11,58 mil milhões de euros.  Isto depois de na sexta-feira, dia das buscas da Polícia Judiciária e da constituição de arguidos do presidente da eléctrica, e do presidente da Renováveis, ter caído 1,34%.

A questão-chave para os investidores é se a EDP será forçada a dar algum tipo de compensação por ganhos excessivos no passado ou se sofre qualquer impacto na liquidação do valor final dos CMECs (Custos para a manutenção do equilíbrio contratual), que ainda não chegaram ao seu término. Isto é, se haverá uma quebra antecipada desses contratos que são responsáveis por uma parte significativa dos resultados líquidos da EDP. Segundo o Haitong Bank, a EDP tinha registado a 16 de dezembro cerca de 570 milhões de euros de receitas relacionadas com o net present value dos CMECs.

O motivo da investigação do Ministério Público radica na aplicação de uma lei que tinha sido aprovada em 2004, mas que só foi aplicada em 2007, já com Manuel Pinho a ministro de Economia, no Governo de José Sócrates. A PGR investiga todo o processo legislativo de criação dessas rendas e também os procedimentos administrativos que levaram à sua execução.

Os inspectores da Judiciária estiveram na sexta-feira no departamento financeiro e na administração à procura de documentos sobre os contratos CMEC, Custos para a manutenção do equilíbrio contratual, que na prática são as rendas que o Estado paga à eléctrica para a compensar de ter perdido o exclusivo da exploração da energia.

A CMVM disse ontem que esta investigação e esta circunstância não interfere com o processo do registo da OPA da EDP à EDP renováveis, em curso.

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