A EDP Renováveis (EDPR) está a afundar mais de 12% esta quinta-feira depois de registar prejuízos de 550 milhões de euros em 2024, motivados pela suspensão de projetos eólicos offshore nos EUA e do cancelamento de projetos eólicos na Colômbia.
A EDP desce quase 5% na bolsa de Lisboa para mais de 3 euros, com a EDPR a afundar mais de 13% para 8,2 euros.
Em termos recorrentes, a companhia viu os lucros afundarem 57% para 221 milhões de euros, com o “desempenho operacional a não ser suficiente para compensar os menores ganhos de rotação de ativos vs. 2023 e maiores resultados financeiros”.
Perante os prejuízos, a companhia apresentou um plano para dar a volta por cima: nos próximos dois anos, o ritmo de novas centrais vai recuar para um total de 3,5 gigas, com o Capex a ficar nos 3 mil milhões de euros este ano e abaixo deste valor em 2026.
Em termos de rotação de ativos, o plano é vender mais de 2,5 gigas para encaixar mais de 3 mil milhões de euros em 2025/2026.
A companhia destacou o recorde de nova potência atingido em 2024: 3,8 gigas.
A companhia esclarece que foi impactada negativamente por items não recorrentes na ordem dos 777 milhões de euros relacionado com a “imparidade em offshore nos EUA, bem como pela decisão de não prosseguir com os investimentos restantes necessários para construir os projetos eólicos de 0,5 gigawatts na Colômbia, resultando num impacto total de 590 milhões de euros entre imparidades, provisões para garantias ainda a serem incorridas e impostos”.
Sobre os EUA acrescentou que a imparidade foi de 133 milhões de euros ao nível da EDPR devendo-se a uma “decisão preventiva da Ocean Winds”, o consórcio com a Engie, “nos negócios offshore nos EUA devido à incerteza em torno dos projetos offshore nos EUA após as ordens executivas presidenciais emitidas em 20 de janeiro”.
Sobre o dividendo, a companhia vai propor aos seus acionistas a “continuidade do programa de Scrip Dividend com um payout de 40%, o que implica uma proposta de dividendo de € 8 cêntimos por ação”.
Já os lucros da EDP desceram 16% para 801 milhões em 2024, com a companhia a ser penalizada pelo cancelamento dos projetos eólicos da EDPR na Colômbia.
Já o resultado líquido recorrente subiu 8% à boleia do “forte desempenho da atividade de produção e gestão de energia em mercado e o aumento do contributo das atividades de redes de eletricidade no Brasil, mais do que compensaram a redução do contributo” da EDPR.
A companhia destaca que o EBITDA recorrente superou os 5 mil milhões de euros (-1%) em linha com o previamente definido e que o resultado líquido recorrente atingiu os 1,4 mil milhões de euros, acima dos 1,3 mil milhões previstos.
Já o EBITDA proforma recuou 4% para os 4.800 milhões de euros. A dívida líquida subiu 2% para os 15.565 milhões de euros.
O conselho de administração vai propor aos acionistas a subida do dividendo de 19,5 cêntimos para 20 cêntimos por ação, conforme já definido, representando um payout ratio de 60%, ficando no intervalo mínimo da meta prevista para 2024-26.
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