[weglot_switcher]

EDP vende seis centrais hídricas por 2,2 mil milhões a consórcio da Engie, Credit Agricole e Natixis

As centrais hídricas em processo de alienação totalizam 1.689 megawatts de capacidade instalada e localizam-se na bacia hidrográfica do rio Douro. A transação tem como objectivo “a optimização do portefólio, reduzindo a exposição à volatilidade hídrica e de preço de mercado”, referiu a energética.
19 Dezembro 2019, 14h42

A EDP – Energias de Portugal, S.A anunciou esta quinta-feira que acordou a venda de um portefólio de seis centrais hídricas em Portugal ao consórcio de investidores formado pela Engie (participação de 40%), Crédit Agricole Assurances (35%) e Mirova – Grupo Natixis (25%), numa transação de 2,2 mil milhões de euros.

As centrais hídricas em processo de alienação totalizam 1.689 MW de capacidade instalada e localizam-se na bacia hidrográfica do rio Douro, nomeadamente, três centrais de fio de água (Miranda, Bemposta e Picote) com 1,2 gigawatts (GW) de capacidade instalada e  três centrais de albufeira com bombagem (Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro) com 0,5 GW de capacidade instalada, informou a EDP, em comunicado divulgado no site da CMVM.

O valor da transacção acordado representa um enterprise value de 2.210 milhões (com o equity value sujeito a ajustamentos até à conclusão da operação). Em 2018, ano em que o índice de produtividade hidroelétrica em Portugal foi de 1,05x, o EBITDA deste conjunto de activos ascendeu a 154 milhões milhões, acrescentou.

A conclusão da transacção está prevista para o segundo semestre de 2020, estando ainda pendente das aprovações societárias e regulatórias aplicáveis, acrescentou.

A energética liderada por António Mexia sublinhou que a transação tem como objectivo “a optimização do portefólio, reduzindo a exposição à volatilidade hídrica e de preço de mercado, reforçando o perfil de baixo risco do negócio e o nível de “endividamento.

“Esta transação, combinada com uma forte visibilidade do nosso plano de crescimento em renováveis para 2019-22
(mais de 70% capacidade assegurada através de contractos de longo-prazo), contribuem de forma decisiva para a execução do Plano Estratégico 2019-22 apresentado em março de 2019″, vincou.

A EDP recordou que nos últimos 12 anos executou um plano de construção e repotenciação de centrais hídricas em Portugal, aumentando a sua capacidade instalada no país em 2,6 GW.

“Após esta transacção, a EDP manterá a sua posição de liderança em Portugal, com uma capacidade de geração hídrica instalada de 5,1 GW e continuará a ser o segundo maior operador hídrico na Península Ibérica”, concluiu.

Na bolsa de Lisboa, as ações da EDP sobem 0,95% para 3,811 euros, numa sessão em que o índice PSI 20 negoceia ‘flat’ nos 5.201,03 pontos.

A 12 de março, no Strategic Update apresentado em Londres, a EDP informou que prevê arrecadar um total de seis mil milhões de euros até 2022 com a venda de ativos, incluindo dois mil milhões de euros através da venda de ativos ibéricos, como centrais térmicas.

Os restantes quatro mil milhões vão ser encaixados através da venda de participações maioritárias nos seus projetos. A venda destas participações vai ser feita nos projetos de energia renovável: a meta é vender 50% da capacidade total de 7 gigawatts da EDP Renováveis, a uma média de 1,8 gigawatts por ano.

A 21 de maio anunciou que fechou uma parceria com os franceses da Engie para as energias renováveis. A parceria vai contemplar a área da energia eólica offshore, as centrais marítimas que produzem eletricidade a partir do vento.

Nessa altura, a EDP disse que a parceria, que irá estar operacional até ao final de 2019, para será controlada em partes iguais (50/50) no segmento eólico offshore, fixo e flutuante.

A nova entidade será o veículo exclusivo de investimento da EDP, através da sua subsidiária detida em 82,6%, EDPR, e da ENGIE para oportunidades eólicas offshore em todo o mundo e passará a ser um dos cinco maiores operadores de offshore a nível global na área, combinando a competência industrial e a capacidade de desenvolvimento das duas empresas”, anuncia a companhia presidida por António Mexia.

[Atualizada às 16h13]

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.