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Elevado endividamento vai causar recessões mais longas e dolorosas, alerta Banco de Pagamentos Internacionais

A instituição coloca parte da responsabilidade nos bancos centrais, já que as baixas de juro e as políticas monetárias não convencionais ajudaram as economias globais a recuperar da última crise financeira.
  • Mark Blinch/Reuters
25 Junho 2018, 19h03

O Banco de Pagamentos Internacionais alerta que o elevado endividamento de governos, empresas e famílias poderá levar a uma nova crise, mais longa e dolorosa que a anterior. No relatório anual publicado este domingo, o banco dos bancos centrais refere que será ainda mais difícil de sair de uma recessão assim.

“Um crescente número de estudos documenta como a elevada alavancagem – tanto no setor privado como público – pode impulsionar o crescimento a curto prazo, mas em detrimento de crescimento médio menor, incluindo recessões mais profundas e prolongadas, no futuro”, diz o relatório.

Segundo o Banco de Pagamentos Internacionais, no final de 2017, a dívida global ultrapassava os 160 biliões de dólares.

A instituição coloca parte da responsabilidade nos bancos centrais, já que as baixas de juro e as políticas monetárias não convencionais ajudaram as economias globais a recuperar da última crise financeira. No entanto, apontam para a “armadilha da dívida”. Como o crescimento e o financiamento se tornaram dependentes das baixas taxas de juro, a economia e os ativos financeiros ficam mais sensíveis à subida das taxas de juro. É, assim, mais difícil para os bancos centrais subirem taxas de juro.

Ao elevado endividamento, acrescem os riscos da escalada de medidas protecionistas, uma possível subida repentina nas yields das dívidas públicas, incerteza política ou uma redução do apetite dos investidores pelo risco graças a lucros menos robustos.

Neste cenário, o banco aconselha os decisores políticos a adotarem reformas estruturais com vista a prolongarem o atual ciclo económico de crescimento, aumentando a espaço monetário e orçamental para reagir a choques futuros.

“Temos de nos preparar”, disse Agustín Carstens, general manager do BIS. “Endereçar as vulnerabilidades é a chave para manter o impulso de crescimento em curso. O desempenho mais forte dá-nos uma janela para perseguir as reformas necessárias e recalibrar políticas. Não devemos perder esta oportunidade”, acrescentou.

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