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Desde 2003 que o risco de pobreza nunca foi tão baixo em Portugal

Em Portugal, quem aufere um rendimento mensal por adulto próximo dos 460 euros é considerado pobre. Segundo a Pordata, uma plataforma de recolha de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos, os maiores de 65 anos e os jovens com idade inferior a 18 são quem se encontra em maior situação de carência económica.
17 Outubro 2019, 00h01

Na hora de comparar os países em matéria de pobreza e exclusão social, Portugal surge em 19.º lugar numa lista de 26 Estados Membros da União Europeia. Os dados são apresentados pela Pordata, um projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, numa altura em que se assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.

Em 2018, atingiu-se o valor mais baixo, em 14 anos, do número de pessoas em situação de carência económica. Segundo o estudo, 2017 foi o ano com o menor número de pessoas consideradas pobres, sendo que a taxa de risco de pobreza foi de 17,3% em Portugal.  As taxas mais elevadas registaram-se em 2003, 2013 e 2014 quando a pobreza atingiu cerca de um em cada cinco indivíduos.

Em Portugal, é-se considerado pobre quem aufere um rendimento mensal por adulto próximo dos 460 euros, mesmo que tenha direito a apoios financeiros.

Para avaliar o estado de pobreza de cada português, o projeto de recolha de dados teve em conta o peso que as transferências sociais têm sobre os rendimentos de cada um, sendo que grande parte dessas transferências ficam abaixo do valor fixado para o limiar de risco de pobreza. Estas incluem pensões de velhice e sobrevivência e outras transferências sociais; apoios à família, educação, habitação, doença/invalidez, desemprego, combate à exclusão social.

As conclusões do estudo dizem-nos que em Portugal, a esmagadora maioria da população com 65 ou mais anos seria pobre sem transferências sociais. Mesmo após transferências sociais, cerca de 18% vive numa situação de pobreza. Um acréscimo comparativamente a 2016, quando menos 1% se encontrava nesse estado, ou seja 17%.

No entanto, entre 2007 e 2017, os jovens com menos de 18 anos foram o grupo etário que apresentou uma maior taxa de risco de pobreza, mesmo depois de terem sido feitas as transferências sociais respetivas, com uma taxa de pobreza de 18,9%. As pessoas entre 18 e 64 anos, formam todas um grupo só e representam 16,7%.

Relativamente aos agregados familiares, cerca de um em cada três agregados domésticos de dois adultos com três ou mais crianças são pobres, denuncia a Pordata. Sendo que a taxa mais elevada remete para as famílias de dois pais e três filhos (31,6%). Em Portugal, mais de uma em cada três pessoas não tem capacidades para assegurar o pagamento de despesas inesperadas.

Os dados chegam no dia em que se celebra se assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, um dia depois da Eurostat ter divulgado dados sobre o estado de pobreza. Em 2018, havia 21,6% de pessoas em risco de pobreza em Portugal. Considerando os três elementos que definem o risco de pobreza, a Eurostat indica que 16,9% da população da UE estava em perigo mesmo sendo beneficiária de subsídios sociais (17,3% em Portugal), 5,8% estavam em risco de privação material severa (6,0% em Portugal) e 9,0% viviam em agregados familiares com baixa intensidade de trabalho (7,2% em Portugal).

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