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Sporting garante 19 milhões de euros em subscrições e assegura empréstimo

A um dia do fim do prazo de subscrição de obrigações, SAD sportinguista evitou o incumprimento de anterior emissão obrigacionista de 30 milhões de euros ao ultrapassar, nesta quarta-feira, 21 de novembro, o mínimo de 15 milhões de euros. Procura atingiu perto de 19 milhões de euros.
21 Novembro 2018, 21h30

A Sporting SAD conseguiu, até ao final do dia desta  quarta-feira, 21 de novembro, intenções de subscrição para cerca de 19 milhões de euros de obrigações, garantindo  o mínimo de 15 milhões para proceder ao reembolso de outro empréstimo obrigacionista de 30 milhões, contraído no mercado há três anos e que vence a 26 de novembro – depois de uma moratória em maio passado devido à crise no clube.

O montante subscrito foi revelado, em comunicado, pela SAD sportinguista: “até ao final do dia de hoje [ontem] foram recolhidas intenções de subscrição consubstanciadas em 2.698 ordens, que correspondem a um montante total de € 18.980.315 (63,3% do valor total da Oferta e 126,5% do valor mínimo de subscrição da Oferta)”. As ordens de subscrição recolhidas no dia de hoje correspondem a 38,4% do total de ordens recolhidas até ao momento.

Os mais de 18,9 milhões de euros subscritos até agora correspondem a 63,3% do valor total da oferta e 127% do valor mínimo de subscrição da oferta que termina nesta quinta-feira, 22 de Novembro, às 15h00.

A Sporting SAD tinha conseguido, até ao final do dia desta terça-feira, 20 de novembro, intenções de subscrição de 14,6 milhões de euros de obrigações. Já ontem este montante aumentou em cerca de cinco milhões de euros, sendo esta quarta-feira o melhor dia de subscrição de obrigações do Sporting desde que a operação arrancou a 12 de novembro. Com este montante, a Sporting SAD assegurou o mínimo que condicionou a operação no prospecto de emissão, onde deu conta de dispor de fundos próprios de 15 milhões de euros, pelo que só necessitam de levantar, pelo menos, igual montante para evitar o incumprimento de outro empréstimo obrigacionista de 30 milhões.

Segundo fonte próxima ao processo, esta emissão obrigacionista tem sido “atípica”. Isto porque, neste tipo de emissões, nos primeiros três dias após o lançamento da operação no retalho, costuma ser alcançado 50% do montante do empréstimo obrigacionista.

Neste caso, face às notícias da detenção do ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, no domingo, 11 de novembro, na véspera de arrancar o empréstimo obrigacionista, não se assistiu a esta tendência face ao atraso na promoção da operação. E, ao contrário do que é habitual, as ordens de subscrição têm aumentado à medida que se aproxima o prazo final.

Nos últimos dias, o clube liderado por Frederico Varandas reuniu reforços de peso na campanha junto dos adeptos leoninos para apoiarem a operação. Atuais e antigos jogadores como Nani, Cédric Soares e Rui Patrício já investiram, à semelhança de um grupo de 20 notáveis, entre os quais os ex-presidentes do Sporting, José Roquete e Filipe Soares Franco, que apelaram à compra de obrigações do clube.

O Montepio Investimento é o banco coordenador da emissão e por isso receberá a maior parte deste valor. Do sindicato de colocação também fazem parte o ActivoBank, o Banco Best, Banco Carregosa, CaixaBI, CEMG, CGD, Millennium bcp e Novo Banco.

A SAD leonina oferece uma taxa de juro de 5,25% por estes títulos que têm a maturidade de três anos. Mas as ordens tornam-se irrevogáveis a partir das 15 horas de 20 de novembro desta terça-feira.

Caso a procura ficasse abaixo dos 15 milhões, a SAD liderada por Frederico Varandas teria de obter financiamento de outra forma para evitar o incumprimento do reembolso da emissão anterior que já tinha sido adiado da data originalmente prevista, 25 de maio, para 26 de novembro, num montante de 30 milhões.

 

Sporting evita plano B

No cenário de falhanço da operação, o Sporting teria de procurar alternativas de financiamento (reestruturação de dívida e/ou entrada de novos accionistas) para cumprir o reembolso da emissão anterior. Ou até mesmo vender jogadores. Um cenário que foi afastado nesta quarta-feira, 21 de novembro, depois de ter sido ultrapassado o mínimo de 15 milhões de euros de subscrição das obrigações do Sporting.

Na terça-feira, 20 de novembro, a dois dias do fim do prazo de subscrição de obrigações da Sporting SAD 2018/2021, multiplicam-se as ações de promoção no universo sportinguista apelando a ajuda dos adeptos ao clube para financiar o clube em 30 milhões de euros. Um montante que serve para fazer face ao reembolso de um outro empréstimo de 30 milhões que vence na próxima segunda-feira, 26 de novembro.

Isto porque, o insucesso de empréstimo obrigacionista no Sporting pode obrigar à venda de jogadores, segundo o vice-presidente da SAD do Sporting avançou numa entrevista recente à RTP, num cenário que se materializará se a procura no empréstimo obrigacionista ficar abaixo dos 15 milhões de euros. Francisco Salgado Zenha, o responsável pela pasta financeira do Sporting, diz mesmo que a competitividade da equipa pode estar em causa.

Este responsável criticou ainda o facto de o Sporting não ter tido “o apoio a nível de comunicação, nem de comercialização dos bancos colocadores, nomeadamente, dos três maiores bancos, que, tipicamente, comunicam e participam a operação e desta vez estão completamente passivos”.

Por causa disso, disse, o clube reforçou a comunicação da operação, tendo-se multiplicado os anúncios de publicidade na televisão, internet, rádio e outros meios a dar notoriedade ao empréstimo. E, nesta terça-feira, 20 de novembro, vinte ‘notáveis’ do Sporting, que já tinham apelado aos sócios e simpatizantes para aderirem à subscrição do empréstimo obrigacionista, anunciaram, o investimento neste produto financeiro lançado pelos leões. Os ex-presidentes do Sporting, José Roquete e Filipe Soares Franco, estão entre os notáveis que apelaram à compra de obrigações do clube e enumeram num manifesto as cinco razões que os levam a participar nesta emissão obrigacionista da SAD.

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