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Empregos têm de ser assegurados na fusão Renault-Fiat, afirma ministro das Finanças francês

O Ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, garantiu que a fusão Renault-FCA é uma boa oportunidade, principalmente para a FCA que tem carros parados por estes não terem a procura esperada.
29 Maio 2019, 10h50

A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) entregou um plano de fusão 50/50 à Renault esta segunda-feira, um documento que a empresa francesa garantiu que iria analisar “com interesse”. No entanto, como o governo francês detém 15,7% do grupo Renault, veio agora manifestar-se sobre esta junção de negócios.

O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, quer que a empresa tenha em conta os trabalhos nas fábricas e que sejam apresentadas outras garantias, para que o governo apoie o acordo entre os fabricantes.

Bruno Le Maire informou a rádio “RTL” esta terça-feira de que a proposta era uma boa oportunidade para as duas marcas, nomeadamente para a Fiat-Chrysler, uma vez que tem estado a acumular veículos não terem procura do mercado internacional. O responsável pela pasta das Finanças em França sublinhou que o governo, além de procurar as garantias necessárias para que o negócio funcione, quer substituir a percentagem que detém na Renault para regular 7,5% da entidade combinada.

“Primeiro: os trabalhos e os locais. Já falei com o presidente da Renault e fui muito claro quando disse quais as principais garantias que ele deveria assegurar no início destas negociações”, esclareceu Bruno Le Maire, especificando que os trabalhos e respetivas fábricas em França devem continuar em funcionamento.

O ministro esclareceu que o negócio tem de ser desenvolvido “seguindo a estrutura da aliança entre a Renault e a Nissan”, garantindo querer ser líder no desenvolvimento de baterias para veículos elétricos. Bruno Le Maire garantiu ainda que o presidente da Nissan tem “uma reação aberta” em relação à fusão.

Uma fonte da agência noticiosa “Reuters” revelou que a Renault e a FCA assumiram compromissos em relação à manutenção dos empregos industriais e locais, deixando espaço para demissões de administrativos e engenheiros, sendo que pensam em redução o tamanho da fábrica.

Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro de Itália, também já reagiu à notícia de uma possível fusão. O responsável afirmou que Roma também poderá vir a ter uma participação na empresa combinada, o que irá equilibrar a participação de França.

Já o presidente do conselho de administração da Renault, Jean-Dominique Senard, deslocou-se ao Japão para falar com os já parceiros da Nissan, porque de acordo com a mesma agência, estes poderão ser um entrave à fusão, que se estima que tenha um valor de mercado de 35 mil milhões de dólares (cerca de 31,3 mil milhões de euros).

Caso a fusão de concretize, o negócio Renault-FCA iria criar a terceira maior companhia na indústria automóvel, ficando atrás da Toyota e Volkswagen, podendo atingir uma poupança de cinco mil milhões de euros anuais. Depois de a Renault anunciar que iria analisar a proposta, as suas ações subiram 12% , enquanto a Fiat subiu 8% nos Estados Unidos.

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