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Empresárias de Cabo Verde querem ser ouvidas pelo governo

A presidente da Associação das Mulheres Empresárias de Cabo Verde (AMES), Eunice Mascarenhas, quer que o governo ouça mais as mulheres. Segundo a dirigente associativa, as empresárias cabo-verdianas estão mais no setor informal, mas não deixam de “contribuir para o desenvolvimento económico” do país. A constatação de Eunice Mascarenhas foi feita antes da abertura do […]
20 Novembro 2018, 16h50

A presidente da Associação das Mulheres Empresárias de Cabo Verde (AMES), Eunice Mascarenhas, quer que o governo ouça mais as mulheres. Segundo a dirigente associativa, as empresárias cabo-verdianas estão mais no setor informal, mas não deixam de “contribuir para o desenvolvimento económico” do país.

A constatação de Eunice Mascarenhas foi feita antes da abertura do debate sobre “Ambiente de Negócios, Ecossistema de Financiamento e Orçamento do Estado”, que aconteceu no âmbito do Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, assinalado a 19 de novembro, evento encerrado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.

“Queremos que o governo comece a emponderar as mulheres em vários setores e a colocá-las em cargos nas empresas privadas e públicas. Nós também temos de ter capacidade criar grandes empresas, mas precisamos de ter oportunidades”, constatou.

A presidente da AMES aponta que a associação que dirige está preocupada não apenas com as mulheres que estão nas micro e pequenas empresas – que um estudo realizado, há dois anos, na ilha de Santiago apontou ser a maioria –,mas com a criação de condições para as mulheres se tornarem verdadeiras empresárias.

No encontro que contou com a presença do secretário de Estado Ajunto das Finanças, Gilberto Barros, a presidente da AMES desafiou o governo a ter um maior um diálogo com a classe empresarial feminina. Eunice Mascarenhas entende que é preciso saber quais são as ações e medidas que o governante tem disponíveis para esta camada no quadro do Orçamento do Estado.

No encerramento do evento, o primeiro-ministro reconheceu que existem ainda alguns desafios e problemas a serem ultrapassados para que o sector privado possa avançar, reiterando o compromisso do Governo em continuar a trabalhar para ultrapassar os constrangimentos.

Na ocasião, Ulisses Correia e Silva adiantou que neste momento existe um conjunto de instrumentos que estão disponíveis, mas sublinhou que para a sua efetivação é preciso que as instituições que trabalham dentro desse ecossistema, como a Pro Empresa, IEFP, Pro Capital, Pro Garantia e os próprios bancos, tenham também esta disponibilidade.

Em relação aos reembolsos do IVA, assegurou que a devolução será feita num prazo de 45 dias – medida essa que, no seu entender, vai permitir que haja uma programação financeira do Governo, que as empresas tenham previsibilidade no seu financiamento e tesouraria e que as regras funcionem.

“Para o próximo ano, vamos lançar um programa de capacitação institucional para as micro e pequenas empresas, para reforçarmos a capacidade de gestão das nossas empresas, para que possam apresentar projetos aos bancos para que possam crescer e eliminar esses problemas de volume de créditos muito baixo”, referiu o líder do executivo.

À margem do evento foi ainda assinado um protocolo de cooperação entre a AMES e o Governo, que visa criar um programa projeto de informação e formação do sector empresarial no seu todo.

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