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Empresas e bancos preparam ‘rentrée’ com mudanças no teletrabalho

No início de agosto, o teletrabalho deixou de ser obrigatório nos concelhos de risco, passando a recomendado em todo o território nacional, sempre que as funções em causa o permitam e, no dia 23, o país passou do estado de calamidade para o estado de contingência, após ter alcançado a meta de mais de 70% da população com vacinação completa contra a covid-19, semanas antes do que previa o Governo.
29 Agosto 2021, 10h03

As restrições no âmbito da pandemia têm vindo a ser levantadas e empresas e bancos estão a preparar-se para aplicar as novas regras do teletrabalho, com mudanças previstas para setembro na maioria dos casos contactados pela Lusa.

No início de agosto, o teletrabalho deixou de ser obrigatório nos concelhos de risco, passando a recomendado em todo o território nacional, sempre que as funções em causa o permitam e, no dia 23, o país passou do estado de calamidade para o estado de contingência, após ter alcançado a meta de mais de 70% da população com vacinação completa contra a covid-19, semanas antes do que previa o Governo.

As empresas e os bancos têm acompanhado o alívio gradual das restrições, estando agora a planear o regresso ao trabalho presencial, apenas para alguns trabalhadores, já que muitas vão optar por um sistema híbrido.

É o caso da EDP que, desde o início da pandemia, ativou um plano de contingência que incluía manter o maior número possível de trabalhadores em todos os serviços em teletrabalho, tendo 79% dos trabalhadores em Portugal neste regime.

“A partir de setembro, com a atual situação de contingência e o patamar de vacinação de 70% da população portuguesa, será possível avaliar a possibilidade de um regresso voluntário e rotativo aos escritórios, mediante o cumprimento de todas as medidas de segurança e saúde previstas no plano de contingência”, diz fonte oficial da EDP.

A empresa acrescenta que, num cenário pós-pandemia, irá testar “um novo modelo híbrido de trabalho” com um “sistema rotativo e flexível que conjugue o trabalho presencial e remoto, permitindo aos trabalhadores com funções compatíveis realizarem até dois dias por semana em trabalho remoto”.

Segundo a EDP, nos Estados Unidos a empresa já efetivou o regresso ao local de trabalho e, em Espanha, esse passo está a ser preparado.

A Galp, que tem 54% dos seus trabalhadores em Portugal em trabalho remoto (perto de 2.000 trabalhadores), afirma que encara o futuro “com algum otimismo” quanto à evolução da pandemia e decidiu avançar para “um modelo híbrido” nos países “em que a restrição à presença física nos escritórios tenha terminado e em que o enquadramento legal e funcional o permitam”.

“A presença regular no escritório será encorajada para uma média de dois dias por semana, devendo o trabalho presencial ser preferencialmente considerado para atividades que envolvam o trabalho colaborativo”, revela fonte oficial da Galp à Lusa.

Segundo a empresa, este modelo prevê que a adesão ao trabalho remoto seja “voluntária e diferenciada, podendo depender das circunstâncias pessoais e familiares de cada colaborador”.

Já a Vodafone vai manter o regime de teletrabalho até ao dia 27 de setembro e, “nessa data, havendo condições para um regresso ao escritório em segurança, a empresa passará a adotar um modelo de trabalho híbrido, ou seja, remoto e presencial”, afirma fonte oficial da empresa.

Por sua vez, a Microsoft mantém por enquanto a totalidade dos seus 1.200 trabalhadores em Portugal a trabalhar remotamente e está “neste momento a avaliar os moldes de uma possível volta ao escritório tendo em conta a evolução do contexto em geral”.

A empresa de tecnologia não revelou, no entanto, se o regresso ao escritório ocorrerá ainda este ano.

Também a REN – Redes Energéticas Nacionais “está a ponderar diversas possibilidades relativamente ao regime de teletrabalho e de desfasamento de horários”, uma decisão que, segundo fonte oficial, está prevista acontecer “durante o mês de setembro”.

Na Sonae, “a maioria” dos trabalhadores com funções compatíveis está parcialmente a trabalhar a partir de casa”, conta fonte oficial.

“A pandemia mostrou que era possível manter a atividade laboral com a maioria das equipas em ‘homeoffice’” e “esta evidência terá impacto nos futuros modelos de organização do trabalho a ser desenhados numa fase pós-pandémica”, indica a Sonae.

A empresa refere que está ainda a estudar diferentes cenários e possibilidades para um “novo normal” e diz ser “expectável” que o resultado seja “a adoção de múltiplas soluções dada a diversidade de negócios e funções no grupo e a necessidade de assegurar as suas especificidades”.

No setor da banca, o BPI já tem um plano traçado.

Fonte oficial do banco diz que atualmente as redes comerciais estão em funcionamento presencial, mas nos serviços centrais, “cerca de 90% dos colaboradores mantêm-se em teletrabalho”.

A partir de 06 de setembro está previsto “um regresso gradual e progressivo” destes trabalhadores ao serviço presencial e no âmbito deste plano “está também previsto o desfasamento de horários, como medida de proteção adicional”, refere o BPI.

Por sua vez, o fonte oficial do Millennium bcp explica que o modelo em vigor no banco contempla o teletrabalho para as funções compatíveis com este regime, não se perspetivando que haja alterações relevantes “até final de setembro.”

Fonte oficial da Caixa Geral de Depósitos (CGD) refere, por seu lado, que as agências do banco “estiveram sempre a funcionar durante a pandemia e que, “por enquanto” estão em teletrabalho 25% dos seus trabalhadores, sobretudo nos serviços centrais.

A CGD sublinha que o tema “está agora em análise” e que “as regras da implementação de um plano de reforço do trabalho presencial nos serviços centrais será comunicada, em primeira mão, aos colaboradores”.

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