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Empresas industriais responderam bem à pandemia e “começaram a reinventar-se”

Conferência “A aceleração exigida à Industria”, transmitida na plataforma multimédia JE TV, contou com a participação do presidente da CIP, de Luís Fernandes, CEO da Cimpor, Tiago Monteiro, diretor executivo da Microsoft Portugal, Pedro Vitorino, da Farfetch, e André Ribeiro Pires, COO da Multipessoal.
15 Outubro 2021, 16h30

As empresas portuguesas responderam bem à pandemia de Covid-19, demonstrando capacidade de reiventarem a forma de trabalhar e, mesmo, a sua atividade, consideraram os participantes na conferência “A aceleração exigida à Indústria”, promovida pelo Jornal Económico (JE) e pela empresa de recrutamento Multipessoal.

“A indústria respondeu muito bem, já que as empresas, depois do primeiro embate do confinamento a que todas as atividades económicas foram sujeitas. As empresas imediatamente começaram a reinventar-se”, disse António Saraiva, presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal. “O caso do sector têxtil é o mais emblemático com a reinvenção que teve dos seus produtos”, exemplificou.

A conferência “A aceleração exigida à Industria” foi transmitida esta sexta-feira, 15 de outubro, através da plataforma multimédia JE TV, contou com a participação de António Saraiva; de Luís Fernandes, CEO da Cimpor; de Tiago Monteiro, diretor executivo da Microsoft Portugal; de Pedro Vitorino, senior finance director da Farfetch; e de André Ribeiro Pires, chief operating officer da Multipessoal.

“A pandemia da Covid-19 veio exigir um esforço acrescido, mas numa dinâmica que já vinham as empresas desenvolvendo, essa inovação, essa procura, de acrescentar valores aos seus produtos, novas formas de comercialização”, disse o presidente da CIP, ressalvando, no entanto, que, apesar das novas dinâmicas que as empresas conseguiram criar, espera que “a União Europeia venha a ajudar, de alguma forma”.

“Todos os intervenientes tiveram a necessidade de se adaptar”, afirmou Pedro Vitorino.

“[Na Farfetch], já estávamos de certa forma preparados para isso não conscientemente, mas a forma como trabalhávamos, como colaborávamos permitiu uma transição muito fácil para a solução que foi completamente remota”, acrescentou.

Luís Fernandes destacou que o facto de alguns sectores não terem parado foi fundamental para que a economia se manter. “Na construção, a atividade não parou e isso foi fundamental”, disse. “As obras que estavam em curso continuaram e as novas também começaram”, acrescentou, dizendo que isso resultou, por exemplo, no aumento da procura de cimento.

 

Emprego e colaboração entre empresas

Para André Ribeiro Pires, a chave para o desenvolvimento passa pelo emprego. “Hoje, mais do que nunca, é importante utilizar o emprego como alavanca de economia e não como arma de arremesso política. A dignidade no trabalho é essencial, mas é preciso conhecer a realidade empresarial portuguesa, os seus desafios”, afirmou.

“A reação das empresas à pandemia é já um tema do passado”, defendeu, acreditando que a aposta no futuro deverá estar focada “na transformação dos postos de trabalho”, em enfrentar a “escassez dos recursos especializados” e na “capacidade de atrair trabalhadores para Portugal”.

Na Microsoft,  Tiago Monteiro diz que sentiram que a pandemia demonstrou que o nível de preparação do tecido empresarial português para enfrentar uma situação de exceção foi “bastante desigual”.

“Em muitos casos, havia ausência total do ponto de vista dos planos de contingência, de equipas para trabalhar do ponto em remoto e dificuldades de acesso a tecnologia”, explicou, adiantando que se verificou uma “nivelação daquilo que são os básicos”, tais como “preocupações sobretudo do ponto de vista da transformação digital, simplesmente com o ponto de vista de streamlining”.

Sobre o futuro do tecido empresarial português, Monteiro defendeu a “necessidade de ter as empresas mais interoperáveis entre si” e de uma aposta no “desenvolvimento de arquiteturas abertas”.

Pela frente, Luís Fernandes considera que existirá “um grande desafio”: “A questão da descarbonização implica desafios grandes para a Industria e não só, para toda a sociedade”, alertou o CEO da Cimpor.

Já Pedro Vitorino, senior Finance Diretor da Farfetch, destacou, que quando chegou a Covid-19 “todos os intervenientes tiveram a necessidade de se adaptar”.

Ainda assim, Pedro Vitorino admite que na vertente interna da empresa “a adaptação foi muito boa”. “Já estávamos de certa forma preparados para isso não conscientemente, mas a forma como trabalhávamos, como colaborávamos permitiu uma transição muito fácil para a solução que foi completamente remota”, acrescentou o senior Finance Diretor da Farfetch.

A conferência sobre “a aceleração exigida à indústria” foi quarta de um ciclo sobre a evolução do emprego em Portugal, durante o qual foram analisados, em diferentes vertentes, os desafios que se colocavam antes da eclosão da pandemia de Covid-19, a adaptação ao período de exceção vivido nos últimos 20 meses e as perspetivas futuras, no pós-pandemia, no quadro da aceleração de tendências verificada e da retoma da generalidade das atividades económicas.

“[Com a conferência de hoje], foram trabalhadas quatro dimensões críticas para o desenvolvimento do emprego”, num quadro de incerteza, “que obriga a maior agilidade das instituições, dos governos e da regulamentação para manter a competitividade de Portugal a uma escala global”, disse André Ribeiro Pires ao JE.

A conferência foi transmitida através da plataforma multimédia JE TV e das contas do Jornal Económico nas principais redes sociais e continuará disponível em www.jornalecononomico.pt.

 

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