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Empresas olham para novos temas. Operadoras oferecem soluções à medida

Revolução digital está a colocar temas tão relevantes como segurança, cloud e IoT no centro das preocupações das empresas. Operadoras de telecomunicações garantem ter soluções taylor made.
  • Cristina Bernardo
13 Fevereiro 2018, 14h30

As operadoras de telecomunicações em Portugal têm testemunhado, em primeiro plano, a mudança dos padrões de consumo das empresas portuguesas, fruto, essencialmente, do processo de transformação digital que estão a sofrer. A proximidade e experiência no terreno têm conduzido as operadoras por este cenário em constante mutação, o qual lhes imprime a “obrigação” de não só responder à altura destas necessidades como também de conseguir antecipar problemas.

No caso da Altice Portugal, certa de que a “digitalização acelerou a produção e a circulação de informação, a inovação e a disrupção, a integração do físico com o virtual e o uso de dados em tempo real, e tudo isto com enorme impacto nas estruturas organizacionais, nos modelos de negócio, nas operações de logística e nos próprios produtos e serviços”, mais do que responder a necessidades, a empresa pretende antecipá-las. A sua resposta aos novos desafios passa pela inovação e pela “democratização” da oferta, dando acesso a novas soluções de uma “forma económica, flexível e escalável, a partir da tecnologia. A inovação garante soluções cada vez mais personalizadas e sofisticadas, acrescentando serviços à base de serviços Telco”. E dá como exemplos o recente serviço Smart Home, os serviços financeiros ou a implementação de uma solução pioneira na Europa, como a do vídeo-árbitro.

A empresa recorda ainda que protagonizou a primeira demonstração em Portugal – e uma das primeiras no mundo – da rede móvel 4,5G em que utilizou a tecnologia NG-PON2, ‘made in’ Portugal, desenvolvida na íntegra pela Altice Labs que escolheu Aveiro para a sua sede oficial e institucional. A operadora iniciou ainda uma nova era de convergência focada em três pilares, acesso, conteúdos/serviços e publicidade, tendo investido em redes de nova geração e colocando Portugal no top europeu, com o foco na transformação digital das empresas, razão pela qual tem vindo a diversificar o portefólio com serviços cutting edge, visando ser uma referência em áreas tão diversas como Smartcities, Cloud, IoT, IA ou BPO.
Em “plena revolução digital”, assim considera a Vodafone Portugal, importa reter como grandes tendências tecnológicas a segurança, cloud e IoT. Assim, atualmente, para o tecido empresarial “é premente assegurar a estabilidade das redes e a fiabilidade das ligações, num período em que as ciberameaças são cada vez mais sofisticadas”, sublinha fonte oficial da Vodafone Portugal. De acordo com o relatório “Strong Cyber Security drives growth & innovation”, apresentado pelo Grupo Vodafone no âmbito de um estudo internacional, atualmente, 86% das empresas já reconhece que um forte sistema de cibersegurança cria novas oportunidades de negócio e 89% refere mesmo que é um fator determinante na conquista da confiança e lealdade dos seus clientes. A operadora também realça que as novas soluções de cibersegurança ganham ainda maior relevância numa altura em que estamos em contagem decrescente para a entrada em vigor do novo Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados. A empresa investiu igualmente nas suas infraestruturas e redes de última geração (4G e de FTTH), “pilares estruturantes fundamentais de um mundo global e digital”, assegura. Paralelamente, tem lançado soluções que visam ajudar as empresas a estar preparadas para o futuro, mediante a criação de condições para uma melhor gestão dos processos e infraestruturas, fomentando a produtividade e a eficiência.

Transformação digital: de jargão a realidade

Apesar de estarmos a falar de um universo empresarial muito heterogéneo, composto de “organizações com dimensões, necessidades tecnológicas e de serviços diferenciados”, a NOS procura entregar diariamente “uma proposta de valor convergente e que responde a todas as necessidades dos clientes (rede, soluções, gestão de serviços). “E temos visto estas necessidades a evoluir de forma acelerada. A mobilidade, a par com a ubiquidade e o crescimento exponencial do consumo de dados, são talvez as mais visíveis no dia a dia das empresas no que às telecomunicações diz respeito”, afirma Tiago Ribeiro, responsável de desenvolvimento de negócio Corporate. Defendendo que a transformação digital das empresas “é já uma realidade”, acrescenta ser “fundamental assegurar soluções robustas e 360º em áreas críticas como a mobilidade, colaboração, segurança e cloud. Estas soluções são necessárias e solicitadas por um crescente número de empresas e organizações”.

Em matéria de respostas, assenta em plataformas próprias, carrier grade, de elevada capacidade, capilaridade e performance, tanto ao nível das redes de comunicações, como das infraestruturas de data center e cloud. Estas plataformas têm também associadas ferramentas, processos e equipas. Face à flexibilidade exigida, o portefólio suporta atualmente modelos as-a-service, que visam otimizar o investimento das empresas e garantir os níveis de agilidade adequados. Tem ainda vindo a complementar o portefólio com soluções cada vez mais próximas do negócio dos clientes, que permitem endereçar desafios concretos no seu processo de transformação. O lançamento da solução de Contact Center as-a-service e do Centro de Comando e Controlo para SmartCities são exemplos desta aposta.

Para Ana Teixeira, chief technology officer da NOWO & ONI, a transformação digital “já não é um jargão” e passou a fazer parte da cultura empresarial de muitas empresas, que estão a adotar mais infraestruturas TIC, “pois já as entendem não só como uma forma de sustentar o seu negócio, mas também como um dos pilares que as poderão ajudar a transformar-se, a crescer e a enfrentar novos desafios”. Aliás, Nuno Saraiva, chief sales officer da ONI, reforça que as alterações são uma constante e as empresas perceberam que deverão fazer parte desta nova normalidade, e “quem ainda não compreendeu, encontrará muitas dificuldades em perdurar”.

Outra tendência que identificam é a procura de soluções cada vez mais integradas, já conscientes das vantagens tecnológicas e dos consequentes benefícios económicos. Assim, em matéria de respostas, para a operadora, na maior parte das vezes, o desafio é encontrar a melhor forma de colocar à disposição das empresas as tecnologias existentes e emergentes. Para isso, desenvolveram um portefólio que responde aos desafios crescentes de conectividade, segurança, mobilidade e colaboração, bem como a novos modelos de armazenamento de dados e de processamento. Sendo que a aposta estende-se à entrega da tecnologia em modelos económicos acessíveis, sustentados e com racionais económicos que permitem às empresas justificar melhor os seus orçamentos em infraestruturas tecnológicas, à medida das suas dinâmicas de crescimento. No caso da ONI, a oferta tem evoluído no sentido de integrar todas as soluções de telecomunicações e de tecnologias de informação de forma “verdadeiramente útil” ao negócio das empresas.

Se, por um lado, destaca a diminuição do consumo de voz fixa e respetivo ARPU devido ao aumento da mobilidade dos colaboradores, que se traduz numa migração de consumo fixo para móvel, seja de voz ou dados, por outro lado, Alexandra Almeida e Silva, diretora de Marketing&Multimedia da Ar Telecom, não deixa de evidenciar a apetência crescente das empresas por soluções baseadas em cloud (IaaS, SaaS, PaaS), Big Data e segurança. “Apesar de verificarmos uma tendência mundial para a procura de soluções de IoT, IA e M2M, o mercado português revela ainda alguma resistência na sua adoção, quer pela dimensão das empresas, quer pela sua capacidade de investimento e de transformação digital”, acrescenta.

Neste contexto, a Ar Telecom tem adaptado as suas soluções por forma a seguir as tendências e alguns sinais do mercado, nomeadamente nas áreas de cloud e managed services, nas quais conta com uma gama de soluções alargada em cloud privada, pública e data protection. Como complemento, disponibiliza uma oferta de managed services, com destaque para a administração de sistemas, administração de redes, service desk e consultoria. Para a concretização desta estratégia, a empresa aposta no investimento contínuo nos seus recursos e no desenvolvimento de parcerias estratégicas com os melhores players do mercado, oferecendo assim uma proposta de valor acrescentado às empresas.

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