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Empresas querem digitalizar restaurantes e desafiam-nos a aderir às ementas online

Páginas Amarelas, Emenuk ou Zwypit propõem que se minimize o contacto físico entre consumidor e staff com aplicações móveis.
26 Maio 2020, 07h55

A pandemia de Covid-19 teve um impacto significativo – e ainda incalculável – no setor da restauração em todo o mundo, uma vez que as medidas de confinamento obrigaram estas empresas a recorrer em exclusivo ao take away ou mesmo ao fecho de portas, no caso das que não estavam preparadas para estes serviços nem tinham condições para se readaptar.

Sem os clientes habituais e com o regresso dos turistas a meio gás em Portugal, a retoma do negócio será com baby-steps, o que está a motivar outras empresas, com base tecnológica, a intervir. No último mês, surgiram várias soluções no mercado inspiradas no modelo de negócio do Zomato ou do The Fork, mas neste caso a ideia por trás é apenas uma: digitalizar os cardápios ao ponto de os clientes escolherem ali o que pretendem, para mitigar focos de contágio (mesmo que os menus não estejam nas mesas, conforme recomendou a DGS).

É o caso da Emenuk, uma solução portuguesa da Mindshaker, que desenvolveu um ‘QR code’ para que os clientes destes estabelecimentos consultem a ementa no smartphone. Designada Emenuk QR, propõe-se a minimizar o contacto físico entre consumidor e o staff, salvaguardando a segurança de ambos. Os mentores do projeto criaram esta oferta porque acreditam que esta pode ser mais uma medida extraordinária para garantir  a sobrevivência do setor, que também poderá sofrer perdas significativas com a falta de estrangeiros a visitarem Portugal.

A Páginas Amarelas, que desde 2015 passou de um diretório de números de telefone para uma plataforma de marketing digital, desenvolveu agora uma solução web based específica para a restauração. A empresa, motivada pela necessidade de acelerar a digitalização destes espaços e apoiá-los no regresso à atividade, propõe que os menus tradicionais sejam substituídos por versões descarregáveis através de código QR ou link e que toda a experiência de utilização do serviço – na qual se inclui também o pagamento e a respetiva faturação – comece a ser gerida através de um dispositivo móvel.

“Permite ao utilizador já dentro do estabelecimento consultar todo o menu do restaurante, fazer o pedido e o pagamento online, privilegiando o ‘contacto zero’. Em termos de comunicação, os empregados receberão os pedidos no seu smartphone, tablet ou computador, a partir dos quais poderão dar seguimento aos mesmos”, explica ao Jornal Económico (JE) o CEO da Páginas Amarelas.

A Menu Digitais tem um custo de 15 euros mensais, depois de três meses gratuitos, e António Alegre explica a mais-valia: “Ter acesso dentro do restaurante à ementa, poder escolher o que quer comer e beber, enviar notas para a cozinha e pagar online com cartão de crédito, MB Way, etc. Simultaneamente, o restaurante recebe o pedido no seu smartphone, tablet ou computador para lhe dar o devido seguimento”.

No primeiro trimestre de 2020, a Páginas Amarelas verificou um aumento homólogo na ordem dos 50% em leads (contactos de clientes interessados nos serviços). “Independentemente do que venha a ser o resto do ano, contamos manter-nos coerentes com os princípios estratégicos que sempre fizeram parte da nossa história: ser o melhor aliado das empresas na ampliação dos seus negócios”, garante o diretor executivo ao JE, confessando que ainda não teve oportunidade de ir a um restaurante nesta segunda fase de desconfinamento.

Já a plataforma da portuguesa Zwypit, cujos preços variam entre os 7,50 euros/mês e os 55 euros/mês (até dez restaurantes), desafia o estabelecimento a criar um conjunto de slides com as refeições que vão servir ou a carta de vinhos/sobremesas, que depois será partilhado com o cliente através de uma mensagem SMS ou WhatsApp, ‘QR Core’ ou mesmo email, para que não se tenha de proceder à instalação de software ou aplicações adicionais.

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