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Empréstimos para financiar ações do BCP foram “coincidência”, sublinha Vara

“Não vejo nenhum nexo causal. Foi coincidência”, respondeu Armando Vara ao deputado do PCP Paulo Sá, que lhe perguntou sobre a ‘guerra’ de poder no BCP e a posterior ida de Vara e de Carlos Santos Ferreira, então presidente da CGD, para o banco privado.
14 Junho 2019, 18h35

O ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) Armando Vara disse hoje que os empréstimos para financiar ações do BCP foram uma “coinciência” e que não há “nexo causal” com a sua ida para o banco privado.

“Não vejo nenhum nexo causal. Foi coincidência”, respondeu Armando Vara ao deputado do PCP Paulo Sá, que lhe perguntou sobre a ‘guerra’ de poder no BCP e a posterior ida de Vara e de Carlos Santos Ferreira, então presidente da CGD, para o banco privado.

Armando Vara disse também que “não conhecia pessoalmente” o empresário José Berardo, que “não tinha nenhuma relação com ele” e que só o conheceu “na fase de ir para o BCP”.

No entanto, Vara não excluiu “que como aqui já foi referido, houvesse um certo compromisso entre pessoas […] que tinham alguma apetência pela direção do banco”, uma referência às palavras da deputada do PS Constança Urbano de Sousa, que tinha referido os nomes de Paulo Teixeira Pinto [então presidente do BCP] e António Mexia.

“Não acredito na tese da conspiração”, defendeu Armando Vara. “Nós não tivemos nada a ver, em nenhuma circunstância, em nenhum momento”.

Armando Vara voltou a referir que “só soube o que se estava a passar” depois, mas que isso não significava que tivesse estado “um ano a ver navios”.

“Tenho bem presente os interesses que se moviam contra nós”, afirmou o ex-ministro, e que “a seu tempo” irá “escrever sobre o assunto”.

Armando Vara confessou também que “se tivesse consciência do que se viria a passar depois, provavelmente não teria aceitado ir para o BCP”.

O ex-administrador da CGD afirmou ainda que o que acabou por determinar a sua ida e de Santos Ferreira para o BCP “foi a determinação de outra pessoa que não Filipe Pinhal” para a presidência do banco, que “era vice-presidente na altura em que o engenheiro Jardim [Gonçalves] era presidente”.

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