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Energia e BCP tiram gás ao PSI-20. Bolsas europeias ressacam perdas de Nova Iorque

O petróleo está a desvalorizar mais de 1% e a valer 67 dólares por barril, arrastado pelas preocupações de que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China prejudique a procura.
29 Maio 2019, 08h46

A onda negativa nos mercados financeiros norte-americanos atravessou o Atlântico. A bolsa portuguesa está a negociar em terreno negativo na manhã desta quarta-feira, 29 de maio, na mesma linha ‘vermelha’ das suas congéneres europeias. O principal índice nacional arrancou a perder 0,67% para 5.106,69 pontos, e está por volta das 08:30 a desvalorizar 0,55%, para os 5.078,56 pontos.

As energéticas estão a cair, com a REN a perder 0,20%; a EDP a recuar 1,04% e a Galp Energia a descer 0,29%. Títulos como os da Pharol (-0,81), da Semapa (-1,42%), da Sonae SGPS (-0,79%) ou dos CTT (-0,61%) também pesam no índice nacional.

O BCP está a cair 1,01%, para 0,25 euros, depois de ter informado o mercado de que os dividendos (0,002 euros por ação) estarão a pagamento a partir do próximo dia 11 de junho. Assim, os títulos deixam de transacionar sem direito aos dividendos da sexta-feira anterior (7 de junho – ex-date). “O setor bancário italiano está a penalizar o português, por osmose. Notícias de que a União Europeia poderá avançar com a criação duma multa a Itália, face aos deslizes no orçamento, está a gerar turbulência política dentro do governo italiano”, explica Carla Maia Santos, da corretora XTB.

A Mota-Engil está em contraciclo, com uma subida de 1,14%, para 2,13 euros, depois de ontem ter anunciado que ganhou mais um contrato de 270 milhões de euros em Angola. A construtora liderada por António Mota e Gonçalo Moura Martins garante que se “concretizaram os últimos trâmites legais conducentes à execução de um contrato para a modernização das instalações navais do Soyo” no norte desse país africano.

As restantes praças da Europa também caem. O índice alemão DAX perde 0,87%, o britânico FTSE 100 desce 0,78%, o francês CAC 40 desvaloriza 1,22%, o holandês AEX cai 1,05%, o italiano FTSE MIB resvala 0,80% e o espanhol IBEX 35 recua 1%. O Euro Stoxx 50 está a ser marcado por uma desvalorização de 1,08%.

“Europa acorda em ambiente de correção, acompanhando o movimento de ontem em Wall Street, onde os principais índices fecharam em mínimos do dia. A descida das yields a 10 anos nos Estados Unidos foi tema central, estando neste momento em 10 pontos base abaixo da yield com maturidade a 3 meses. Esta inversão da estrutura de taxas de juro, que já tinha sido observada em março, acaba por preocupar os investidores”, refere Ramiro Loureiro, trader do Millennium bcp, numa nota de análise financeira.

A tensão entre as duas maiores potências económicas do mundo continua a marcar o sentimento nas bolsas, quer de Nova Iorque quer europeias ou asiáticas – a bolsa de Xangai, a principal praça financeira da China, abriu a perder 0,37% para os 2.899,10 pontos.

Até o petróleo está a desvalorizar, arrastado pelas preocupações de que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China prejudique a procura. A cotação do barril de Brent desce 1,14%, para 67,89 dólares, enquanto a cotação do crude WTI perde 1,35%, para 58,34 dólares por barril.  Segundo os cálculos do “Financial Times” divulgados esta manhã, as importações chinesas de petróleo bruto do Irão aumentaram 46% em abril, comparativamente a março, tendo Pequim comprado a Teerão 3,24 milhões de toneladas. A corrida ao crude iraniano aconteceu antes de os Estados Unidos cancelarem a isenção de sanções.

No mercado cambial, nota para a depreciação de 0,04% do euro face ao dólar (1,1157) e para a desvalorização de 0,01% da libra perante a divisa dos Estados Unidos (1,2653).

Notícia atualizada às 9h10

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