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Entrada de milhares de “migrantes não-europeus” levou a um “aumento da violência”, diz embaixador da Áustria em Lisboa

Robert Zischg foi hoje ouvido na comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República sobre as prioridades da presidência austríaca da União Europeia, que se iniciou a 1 de julho, com o lema “Uma Europa que se protege” e que definiu como um dos principais desafios “combater a imigração ilegal”.
12 Setembro 2018, 18h24

O embaixador da Áustria em Portugal defendeu hoje a política migratória de Viena, afirmando que a entrada de milhares de “migrantes não-europeus” levou a um “aumento da violência” que deixa os austríacos com “medo de uma imigração descontrolada”.

Robert Zischg foi hoje ouvido na comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República sobre as prioridades da presidência austríaca da União Europeia, que se iniciou a 01 de julho, com o lema “Uma Europa que se protege” e que definiu como um dos principais desafios “combater a imigração ilegal”.

O embaixador foi questionado por deputados de todos os partidos portugueses sobre se não considera haver desconformidade entre as posições do Governo austríaco, uma coligação entre conservadores e extrema-direita, e os valores europeus, nomeadamente a tradição europeia de acolhimento de refugiados.

Zischg começou por referir o elevado número de chegadas ao país no auge da crise migratória europeia – 500 mil pessoas em 2015 – para afirmar que este “é um grande problema na Áustria” e defender que “é preciso regularizar os que já estão na Europa”.

Segundo o embaixador, na capital, Viena, ”30% a 40% dos alunos são não-europeus” e o Governo austríaco tem programas para que os migrantes “aprendam a língua, sejam escolarizados, aprendam uma profissão” e também “aprendam os valores”.

Defendendo a vertente securitária da política austríaca, Zischg afirmou, por outro lado, que “nunca houve tanta violência na Áustria” e que as autoridades identificaram “300 austríacos” que combateram com forças ‘jihadistas’ na Síria, para defender a recente decisão de encerrar mesquitas e expulsar imãs considerados radicais.

“Na população austríaca há medo de uma imigração descontrolada”, afirmou, voltando a citar os números de refugiados e acrescentando que “se Portugal enfrentasse esta situação ia ter uma política diferente”.

O embaixador austríaco foi também questionado pelos deputados acerca da aprovação, hoje, no Parlamento Europeu, da penalização da Hungria, por “violação dos valores europeus”, nomeadamente em matéria migratória.

“Quero reiterar o que disse o chanceler [austríaco, Sebastian] Kurz sobre sermos firmes quanto aos valores europeus”, disse Robert Zischg, frisando que é uma “posição clara”.

“Temos de defender os valores, mas também continuar a falar”, disse por outro lado, defendendo que não se pode “forçar” os países que não querem aceitar migrantes e que devem explorar-se outras vias, como “uns aceitarem refugiados e outros contribuírem financeiramente”.

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