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Escassez de água poderá atingir 5.000 milhões de pessoas em 2050

Cerca de metade da população mundial vive em áreas com potencial escassez de água, pelo menos, durante um mês num ano. A situação tende a agravar-se. A ONU responde com a iniciativa “Década Internacional para a Ação”.
31 Março 2018, 21h00

Hoje-em-dia 3,6 mil milhões de pessoas, o equivalente a cerca de metade da população mundial, vive em áreas com potencial escassez de água durante, pelo menos, um mês por ano. O número poderá ultrapassar os 5 mil milhões em 2050.

Por essa altura, estima-se que a procura mundial de água potável atinja os 5,5 mil km3 ou 6 mil km3/ano. O uso de água doce ronda, atualmente, os  4,6 mil km3/ano. O número esconde, no entanto, grandes disparidades locais e regionais, pois há regiões onde a água é abundante e outras onde está perto do limite.

O problema da água é acompanhado com preocupação pelas Nações Unidas, que convocam a comunidade internacional à ação, com a iniciativa “Década Internacional para a Ação: Água para o Desenvolvimento Sustentável (2018-2028)”.  O objetivo é promover novas parcerias, melhorar a cooperação e fortalecer a capacidade de implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

“As razões da escassez mundial são bem conhecidas: os recursos de água doce estão continuamente sob a pressão combinada do crescimento populacional, da mudança climática, do aumento exponencial do consumo e da expansão de estilos de vida que desperdiçam recursos”, explicou a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, na apresentação da iniciativa.

Segundo a ONU, 80% das águas residuais retornam para os ecossistemas sem serem tratadas, o que ilustra bem o desperdício em que vivemos. “Esses processos levam à degradação dos ecossistemas, o que acentua ainda mais os desequilíbrios ecológicos e a escassez hídrica”, alertou Azoulay.

Na linha da frente desta alarmante situação está a Cidade do Cabo. A segunda cidade da África do Sul poderá ser a primeira grande urbe mundial a conhecer o fim da água potável. O dia zero esteve previsto para 12 de abril de 2018, mas conseguiu ser empurrado quase dois meses, sendo agora apontado para 4 de junho. Nesse dia, as reservas de água terão chegado ao fim e as torneiras ficarão secas.

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