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Escolha de vestuário feminino gera polémica um pouco por todo o mundo

A diferença de equipamentos de homens e mulheres é uma constante no desporto mundial, existindo múltiplos exemplos em que o dress code em vigor impede as mulheres de utilizarem o vestuário que consideram apropriado. O voleibol, de pavilhão e de praia, é um dos casos mais gritantes, onde as mulheres são obrigadas a utilizar biquínis, enquanto os homens têm a liberdade de utilizar calções e camisolas semelhantes às de basquetebol ou futebol sem que isso afete a sua performance.
16 Novembro 2019, 09h00

No seguimento da proibição da basquetebolista paquistanesa Fatima Habibi, do Clube Basquetebol de Tavira, em utilizar uma camisola de mangas compridas para jogar, vários são os casos nos mais diversos desportos em que a religião ou simplesmente o sexo impedem que atletas tenham o poder de escolha do seu próprio equipamento.

Um dos casos mais mediáticos foi a utilização do ‘Catsuit’, um macacão justo ao corpo, utilizado por Serena Williams durante o Torneio de Roland Garros. A mulher com mais títulos de sempre no circuito mundial de ténis, Serena Williams, foi proibida de voltar a utilizar o seu equipamento, depois do presidente da Federação Francesa de Ténis ter dito que a utilização do mesmo passaria a ser proibido, sem apresentar qualquer razão “plausível” justificando que não se adequava ao desporto em questão.

Outro dos desportos onde o dress code é mais restrito com mulheres quando comparado aos homens é o bowling. Em 2018 foi proibida a utilização de calções por mulheres, o que causou uma onda de protestos dentro da comunidade. Ao contrário dos homens, que podem alternar entre calças e calções, as mulheres só podem utilizar calças, numa medida que muitas atletas consideram de sexista.

A diferença de equipamentos de homens e mulheres é uma constante no desporto mundial, havendo múltiplos exemplos em que o dress code em vigor impede as mulheres de utilizarem o vestuário que consideram apropriado. O voleibol, de pavilhão e de praia, é um dos casos mais gritantes, onde as mulheres são obrigadas a utilizar biquínis, enquanto os homens têm a liberdade de utilizar calções e camisolas semelhantes às de basquetebol ou futebol sem que isso afete a sua performance.

Com o tópico da igualdade de género a ganhar destaque na agenda mundial, o desporto é um dos melhores/piores exemplos no que toca à igualdade, quer a nível de salários, quer a nível de aparência. Do ténis ao basquetebol, do voleibol ao atletismo, várias são as modalidades em que as mulheres são obrigadas a utilizar equipamentos diferentes sem que haja uma razão explícita para que isso aconteça, ou seja, o corpo feminino parece ter um papel importante no que toca à escolha do que se deve ou não usar, de maneira a atrair mais ou menos espectadores para as respetivas modalidades.

Um dos poucos exemplos em que acontece o contrário, talvez por razões óbvias, é a natação. Os homens utilizam apenas uns calções ou cuecas, enquanto as mulheres são obrigadas a utilizar um fato-de-banho completo, ainda assim os homens têm também a possibilidade de utilizar um fato-de-banho, sendo que as mulheres não têm opção de escolha, caso quisessem utilizar um biquíni, por exemplo.

Recentemente, a Nike lançou um hijab profissional, em colaboração com atletas muçulmanas de vários países, para combater os impedimentos associados à região islâmica. É comum atualmente, assistir a jogos de futebol ou basquetebol em que equipas inteiras, maioritariamente femininas, recorrem ao hijab para poderem competir nos seus respetivos desportos. Países como o Irão, Mauritânia, Arábia Saudita ou Omã, já há muitos anos que recorrem a adereços pessoais para conciliar religião e desporto, numa luta constante pelo respeito de ambas as comunidades, desportiva e religiosa.

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