Recentemente, fui convidado para ser um dos três oradores de um painel dedicado ao financiamento da saúde em Portugal. Algo natural, atendendo a que o SAMS Quadros é uma entidade com 25 anos de actividade e uma referência, quer nos sistemas mutualistas quer no panorama mais lato dos subsistemas de saúde.

O SAMS Quadros tem características únicas: é uma mutualidade, na medida em que ninguém é excluído em função de idade, patologias clínicas ou situação profissional. Nesse sentido, é muito diferente do mercado de seguros, que convive mal, por exemplo, com doenças crónicas, degenerativas e oncológicas. Mas, por outro lado, é também um subsistema que é financiado em partes quase iguais por empregadores e trabalhadores, pelo que a noção de solidariedade e de destino comum é um dos nossos traços indeléveis.

Adicionalmente, somos um operador no ‘mercado’ da saúde que se distingue por contratar o que de melhor esse mesmo mercado oferece. Qualquer que seja a especialidade, estamos sempre focados na contratação dos melhores serviços e na sua avaliação constante (qualidade, integridade, preço, etc.). Quem não preenche os nossos requisitos, é excluído. É tão simples e directo como isto.

Importa igualmente destacar que fomos pioneiros na introdução das pré-autorizações no mercado dos subsistemas, mas também na introdução de facturação electrónica na relação com os grandes grupos hospitalares, no reembolso de despesas mediante digitalização, no crédito em menos de 72 horas na conta de nossos sócios, e na introdução de orçamentos que permitam, aos nossos associados e beneficiários, uma efectiva comparação de preços entre os diferentes prestadores.

O passo seguinte foi dado recentemente com o lançamento da rede “Escolha Informada SAMS Quadros”. Trata-se de um conjunto de prestadores, de entre os convencionados, cuja relação entre o preço e a qualidade é imbatível. Trata-se, de certo modo, de uma “escolha recomendada” como é apanágio, por exemplo, das entidades de defesa dos consumidores.

Mais recentemente, na área das cirurgias, estabelecemos mais de 600 actos/operações com preço fixo, com mais de 30 entidades hospitalares, espalhadas um pouco por todo o país, com especial atenção dada ao interior de Portugal, evitando assim surpresas na conta final.

O trabalho continua e brevemente iremos estender a rede “Escolha Informada SAMS Quadros” a áreas dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, à medicina dentária, entre outras.

Quando tanto se fala na sustentabilidade do financiamento da saúde, a primeira coisa que importa fazer é trabalhar no sentido de introduzir um choque de gestão. A saúde requer mais e melhor trabalho, e menos discussão ideológica.

Acredito que revoluções, com a sua natureza disruptiva, não são a solução na gestão e no financiamento da saúde, mormente na área dos subsistemas. Pela nossa parte, estamos disponíveis para contribuir com a nossa tecnologia e conhecimento para ajudar outros subsistemas a serem mais eficientes e eficazes, mas mantendo sempre um elevado nível de serviço e comparticipações aos associados.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.