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Espanha: se tudo correr bem, 19 de dezembro é dia de haver governo

Todas as forças políticas, Filipe VI incluído, querem apertar o calendário do novo governo. Só falta a ERC, que, liderada a partir de uma prisão em Madrid, não está com grande pressa.
5 Dezembro 2019, 22h23

As consultas do rei aos diveros partidos políticos com assento no congresso decorrem para a semana, para que no dia 16 de dezembro Filipe VI ele possa iniciar uma sessão de investidura que será concluída no dia 19 com Pedro Sánchez eleito presidente do Governo na segunda votação, com 169 ‘sim’, 163 ‘não’ e 18 abstenções. Mas falta o mais importante ou, pelo menos, o decisivo: a decisão da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), cuja abstenção é essencial se o PP e o Ciudadanos permanecerem no ‘não’.

Desta vez, ninguém espera longas negociações, simulações e jogos para pressionar os outros partidos. O rei já fez saber que está com pressa em fechar um dossiê que se arrasta desde que Mariano Rajoy foi vencido por uma moção de censura – e que desde então não chegou a ser substituído por um governo com capacidade para levar por diante uma legislatura inteira.

O PSOE, impulsionado pela decisão de Pedro Sánchez de acelerar ao máximo os procedimentos para ter um novo governo no Natal, projetou toda a sua estratégia para poder fechar um pacto com todos os seus parceiros na próxima semana.

A ronda com Filipe VI começará na próxima terça-feira às 9h30 com Isidro Martínez Oblanca, do Foro Asturias, e terminará na quarta-feira às 18h15 com Pedro Sánchez. Posteriormente, o rei convocará Meritxell Batet, presidente do Congresso, para informá-la do que decidiu. Se a decisão recair sobre Sánchez, o relógio começa a contar.

A partir daí, a Constituição não indica nenhum prazo para convocar a investidura. De facto, em junho, Sanchez deixou passar mais de um mês e meio desde que recebeu o pedido. Formalmente, a decisão é tomada por Batet, mas a realidade política é que é Sanchez quem dirige a operação.

Em julho, o primeiro-ministro decidiu convocá-la sem ter os apoios fechados, e foi a baralhada que se viu. Desta vez, o líder dos socialistas quer tudo menos isso – o regresso a essa novela seria por certo o fim político do homem que quer comandar os destinos de Espanha nos próximos anos.

Na quinta-feira que vem, Sanchez viaja para Bruxelas para uma cimeira da União Europeia, mas as suas equipas, lideradas por Adriana Lastra, a personagem-chave nas negociações, podem continuar as conversas com a ERC.

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