[weglot_switcher]

Estados Unidos fora do acordo com o Irão

Fica agora por saber qual será a reação da comunidade internacional, mas, para já, os Estados Unidos ficam sozinhos de um dos lados da barricada.
  • Kevin Lamarque/REUTERS
8 Maio 2018, 19h22

“Se o acordo se mantiver, haverá uma corrida às armas nucleares” e por isso os Estados Unidos estão fora do acordo com o Irão, disse Donald Trump numa intervenção pública na Casa Branca. Os Estados Unidos passam assim a ser o único país do conselho permanente de segurança da ONU a não fazer parte do acordo, chamado 5+1 (EUA; França, Reino Unido, Rússia e China, mais a Alemanha).

Entretanto, o primeiro-ministro iraniano, Hassan Rouhani, disse esta semana, publicamente, que, perante a saída dos Estados Unidos do acordo, isso irá causar alguns constrangimentos ao seu país, “mas eles serão ultrapassados em dois ou três meses”. Mas ninguém sabe, para já, que sanções irão ser implementadas.

Por outro lado, fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha avançaram à Euronews que a União Europeia continuará no acordo nuclear com o Irão, caso o país “cumpra certas regras”, sendo essa a ideia transmitida por todos os governos da União Europeia nos últimos dias.

Tanto a França como o Reino Unido – aliado tradicional dos Estados Unidos em matérias que tenham a ver com o Médio Oriente ou mais genericamente com a diplomacia global – insistiram junto da administração Trump para que decidisse manter-se dentro do acordo, assinado em 2015.

Alguns meios de comunicação – nomeadamente o New York Times e a Fox News – avançaram antecipadamente que o presidente dos Estados Unidos teria confessado por telefone ao homólogo francês a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão, mas a Reuters noticia um alegado desmentido do próprio Emmanuel Macron dessa suposta indicação recebida de Donald Trump.

Já CNN noticiava que o vice-presidente Mike Pence comunicou ao Congresso norte-americano que o presidente iria anunciar a desvinculação dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão.

Uma pergunta que fica no ar é o que poderá esta saída fazer no que tem a ver com a cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. É que, dizem alguns observadores, a decisão de não acompanhar a comunidade internacional por parte dos Estados Unidos pode alterar a posição de Pyongyang relativamente ao desanuviamento entre os dois países.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.