[weglot_switcher]

“Estrangulado e desmembrado”. Turquia revela detalhes macabros referentes à morte de Khashoggi

Esta é a primeira confirmação pública feita por um responsável turco de que Khashoggi foi estrangulado e desmembrado depois de ter entrado no consulado saudita a 2 de outubro para obter documentos de que precisava para casar com a sua noiva, uma cidadã turca.
31 Outubro 2018, 15h41

O jornalista saudita Jamal Khashoggi foi estrangulado logo após ter entrado no consulado da Arábia Saudita em Istambul e o seu corpo foi depois desmembrado, indicou hoje a procuradoria de Istambul, sublinhando o caráter premeditado do assassínio.

Num comunicado, o gabinete do procurador Irfan Fidan refere igualmente que a visita a Istambul do procurador-geral saudita, Saud al-Mojeb, no âmbito do inquérito “não deu resultados concretos”.

Saud al-Mojeb terminou hoje uma visita de três dias a Istambul durante a qual visitou o consulado do seu país e se reuniu com Irfan Fidan e outros responsáveis turcos.

Esta é a primeira confirmação pública feita por um responsável turco de que Khashoggi foi estrangulado e desmembrado depois de ter entrado no consulado saudita a 2 de outubro para obter documentos de que precisava para casar com a sua noiva, uma cidadã turca.

A Turquia quer que os 18 suspeitos do assassínio detidos na Arábia Saudita sejam extraditados para os julgar. Tem também pressionado Riade para divulgar informação sobre o local onde se encontra o corpo do jornalista crítico do regime saudita e sobre quem ordenou a sua morte.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu ainda a Riade para revelar a identidade de um alegado colaborador local, que terá estado envolvido na eliminação do corpo de Khashoggi.

O jornalista e colunista do jornal norte-americano The Washington Post, de 59 anos, desapareceu depois de ter entrado no referido consulado no início de outubro. Crítico da família real saudita, Khashoggi vivia exilado nos Estados Unidos.

Sob pressão internacional, Riade reconheceu após vários dias o assassínio do jornalista no seu consulado numa operação “não autorizada”, mas apresentou várias versões contraditórias que suscitaram ceticismo.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.