De acordo com um estudo realizado pelo (IBE), apresentado hoje na Católica Porto Business School, 49% dos portugueses não denuncia “más condutas éticas” no trabalho. Por outro lado, 85% considera o respetivo local de trabalho como “um lugar honesto”.
O mesmo estudo indica que 22% dos trabalhadores inquiridos admite ter sido pressionado a comprometer os padrões éticos, apontando os seguintes motivos: devido à pressão do tempo (36%), à escassez de recursos (29%) e para cumprir ordens superiores (26%).
Cerca de metade dos trabalhadores inquiridos não denuncia as más condutas éticas por não acreditar que seriam tomadas medidas para alterar a situação, considerar que os abusos não são um assunto diretamente da sua responsabilidade ou que a denúncia poderia colocar em perigo o seu trabalho.
No que concerne às questões de má conduta observadas, 52% dos trabalhadores indica ter assistido a tratamento inapropriado, 38% relata comportamentos abusivos e 28% refere o registo incorreto de número de horas trabalhadas.
Trata-se de um estudo “único na Europa que fornece dados reais sobre a visão que os colaboradores têm sobre esta matéria”, destaca o IBE. “Questiona os colaboradores sobre a forma como respondem aos dilemas éticos que surgem no quotidiano laboral, analisando a forma como têm conhecimentos de más práticas, se as reportam e, ainda, e caso não o façam, o que os impede de o fazer”.
Envolveu 6.119 trabalhadores de oito países europeus: Portugal, Espanha, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Suíça e Reino Unido. Em Portugal foram inquiridos 775 trabalhadores, entre os dias 5 e 25 de fevereiro de 2018. A Católica Porto Business School colaborou com o IBE na realização do estudo.
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