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Estudos sobre causa-efeito vencem Nobel da Economia. Academia distingue três laureados (com áudio)

O estudo do economista David Card mostrou ainda que os recursos nas escolas são “muito mais importantes para o sucesso futuro dos alunos no mercado de trabalho do que se pensava anteriormente”.
11 Outubro 2021, 11h36

Este ano o prémio Nobel da Economia está dividido em três partes, existindo o mesmo número de laureados. David Card ganhou metade do prémio devido às suas contribuições empíricas sobre a economia do trabalho, enquanto Joshua D. Angrist e Guido W. Imbens dividem a outra metade pelas suas contribuições para a análise das relações causais, ou seja, causa-efeito.

A Academia Real das Ciências da Suécia escolheu o canadiano David Card, professor de economia na Universidade de Berkeley, na Califórnia, pelos seus estudos sobre os efeitos dos salários mínimos, imigração e educação no mercado de trabalho.

De acordo com a Academia Sueca, os estudos de Card datam da década de 1990 e “desafiaram a sabedoria convencional, levando a novas análises e perceções adicionais”. “Os resultados mostraram, entre outras coisas, que o aumento do salário mínimo não leva necessariamente a menos empregos. Agora sabemos que os rendimentos das pessoas que nasceram num [determinado] país podem beneficiar de novas imigrações, enquanto as pessoas que imigraram correm o risco de ser afetadas negativamente”, considera a Academia Real.

O estudo do economista David Card mostrou ainda que os recursos nas escolas são “muito mais importantes para o sucesso futuro dos alunos no mercado de trabalho do que se pensava anteriormente”.

Também o estudo de Joshua Angrist e de Guido Imbens data dos anos 90 e terá resolvido um problema metodológico relativamente às causa-efeitos de determinadas experiências. De acordo com a Academia Real das Ciências, a estrutura desenvolvida por Angrist e Imbens tem sido “amplamente adotada por investigadores que trabalham com dados observacionais”.

O trabalho dos economistas premiados este ano “demonstrou que as experiências naturais podem ser usadas para responder questões fulcrais para a sociedade, como perceber como os salários mínimos ou a imigração afetam os mercados laborais”, afirmou o Comité aquando da atribuição dos prémios. “Também clarificaram exatamente que conclusões sobre causa e efeito podem ser tiradas quando se usa este método de investigação. Juntos, revolucionaram a investigação empírica nas ciências económicas”.

Os laureados distinguidos este ano vão dividir um prémio de 10 milhões de coroas suecas (988 mil euros), sendo que Card vai receber cinco milhões, Angrist recebe 2,5 milhões e Imbens recebe os outros 2,5 milhões.

David Card nasceu em 1956 no Canadá, enquanto Joshua Angrist nasceu em 1960 no Ohio, embora tenha origens israelitas, sendo atualmente professor no Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), e Guido Imbens nasceu nos Países Baixos em 1963, lecionando atualmente na Universidade de Stanford.

Assim, os três laureados de 2021 sucedem a Paul Milgrom e a Robert B. Wilson, que foram premiados pelo estudo da teoria dos leilões.

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