EUA: Número de imigrantes ilegais disparou com a chegada de Trump

O número de imigrantes sem documentos detidos na fronteira dos Estados Unidos com o México aumentou quase um terço (32%) em janeiro face ao período homólogo. A Patrulha Fronteiriça dos Estados Unidos dá conta de que só durante o mês de tomada de posse do novo presidente norte-americano, Donald Trump, foram detidos 31.575 imigrantes a tentar fazer clandestinamente a travessia da fronteira.

Os dados da Patrulha Fronteiriça norte-americana vêm confirmar a tendência verificada desde o início do período de campanha às presidenciais, que vieram dar vitória ao candidato republicano. O mês de janeiro, tal como os meses precendentes, terão sido meses de aumentos homólogos no número de imigração ilegal. Em dezembro foram detidos 43.254 indocumentados (mais 17% do que no ano anterior), em novembro 47.211 (mais 44%) e em outubro 46.182 (mais 41%).

Dos 31.575 detidos junto à fronteira em janeiro, 4.421 tratam-se de crianças desacompanhadas. As autoridades negaram ainda a entrada no país a 10.899 pessoas, incluindo 601 menores.

Com a transferência de poderes de Barack Obama para Donald Trump, a nova Administração promete medidas mais duras no que toca à imigração, com o objetivo claro de deportar mais pessoas e o mais rapidamente possível. Enquanto na administração Obama a aceleração das deportações eram usada apenas para pessoas a 100 milhas da fronteira, que estivessem há menos de 15 dias no país, as novas regras incluem todas as pessoas que estiveram em qualquer parte do país até dois anos.

Milhões de pessoas que estão atualmente a viver nos Estados Unidos passam a estar sujeitas a deportação imediata, assim como todos aqueles que tentarem entrar ilegalmente no país. Em alguns casos, os imigrantes poderão ser deportados para o México, mesmo que não sejam de nacionalidade mexicana.

A nova legislação prevê também um reforço em 15 mil agentes das autoridades responsáveis por fazer a vigia das fronteiras e assegurar que ninguém entra no país estar de acordo com as medidas de Donald Trump.

Além disso, o novo presidente norte-americano quer fazer avançar a construção de um muro “lindo” e “impenetrável” na fronteira com o México, com cerca de 3144 quilómetros, o que equivale ao percurso de Lisboa a Budapeste.