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Plano de 2 biliões de Joe Biden assentará em aumento da taxa corporativa para 28%

A segunda parte da estratégia de revitalização e modernização da maior economia do mundo passará por uma remodelação da infraestrutura do país, investimentos em investigação e desenvolvimento, formação profissional, transição energética e cuidados aos mais vulneráveis. O financiamento poderá encontrar obstáculos, com republicanos a distanciarem-se dos previstos aumentos da taxa corporativa.
  • Tom Brenner/Reuters
31 Março 2021, 18h00

O novo plano de Joe Biden para reformular a economia norte-americana depois do rombo causado pela pandemia deverá envolver uma despesa superior a 2 biliões de dólares (1,7 biliões de euros) e o novo presidente quer que seja o tecido empresarial do país a pagar a fatura, com uma subida do IRC no país.

A Casa Branca afirma que esta visão para os próximos oito anos representará milhões de novos empregos e trará o envolvimento do Governo federal a níveis pouco vistos nas últimas décadas, com responsabilidade por cerca de 20% do produto anual. Se aprovado e colocado em prática já este ano, alguns economistas estimam que o efeito combinado com o pacote de estímulos já posto em ação poderá catapultar o crescimento para cima dos 6% em 2021, de acordo com a Associated Press.

Biden pretende revitalizar a infraestrutura do país, sobretudo na forma de estradas, pontes e portos, mas também apostar em tecnologias que balancem os investimentos chineses no sector. Para tal, a nova administração propõe uma subida de impostos para as empresas de 21% para 28%, bem como o aumento da taxa mínima para multinacionais e alterações legislativas que terminem com a fuga de capitais para paraísos fiscais.

Joe Biden tenta assim reverter parte dos cortes fiscais desenhados pela administração Trump, que, em 2017, baixou o equivalente ao IRC nos EUA dos 35% para os 21%. Assim, o objetivo do atual presidente passa por finalizar o pagamento da estratégia económica em 15 anos.

A parte do programa focada na revitalização das vias de transporte tem dedicados 621 mil milhões de dólares (529,23 mil milhões de euros), segundo fontes da Casa Branca. Outra fatia destina-se ao cuidado dos idosos e cidadãos deficientes, com cerca de 400 mil milhões de dólares (340,79 mil milhões de euros).

Os apoios ao tecido produtivo, incluindo em ações de investigação e desenvolvimento, e investimentos em formação profissional terão cerca de 580 mil milhões de dólares (493,95 mil milhões de euros) reservados.

Simultaneamente, o plano prevê a renovação de sistemas de drenagem e de esgotos, a transição de segmentos das redes elétricas para energias renováveis e a expansão da cobertura de internet de banda larga a todo o território, bem como obras de modernização em escolas e hospitais federais e programas de formação.

Este programa constitui a segunda parte da estratégia da nova administração para recuperar e modernizar a maior economia do mundo, depois da aprovação do pacote de estímulos já em 2021. Como sucedeu com este conjunto de medidas, é expectável uma série de longas e duras negociações no Congresso, com os republicanos a darem para já poucos sinais de concórdia com a decisão de taxar grandes empresas.

Por outro lado, a fação mais progressista dos congressistas democratas pedia um plano mais ambicioso e, sobretudo, que se focasse mais em problemas estruturais do país, como as alterações climáticas e a desigualdade económica.

Biden ainda não sinalizou se procurará obter apoio bipartidário para o projeto de lei, sendo que os democratas controlam ambas as maiorias no Capitólio.

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