A controversa congressista do Havai, Tulsi Gabbard, desistiu da corrida às primárias democratas, depois de ter averbado mais três derrotas e outras tantas votações esta semana, tendo dito que passa a apoiar a candidatura de Joe Biden em detrimento da de Bernie Sanders.
Gabbard, que conquistou apenas dois delegados, ambos na Samoa Americana, voltou a surpreender, não pela desistência – que era apenas uma questão de tempo, mas por não ter alinhado atrás de Sanders, depois de ter sido das poucas democratas com assento no Congresso a apoiar Bernie Sanders já em 2016.
“Embora não concorde com o ex-vice-presidente em todas as questões, sei que ele tem um bom coração e está motivado”, disse Gabbard, citada por vários jornais norte-americanos. “Estou confiante de que Biden liderará o nosso país guiado pelo espírito de Aloha, pelo respeito e pela compaixão e ajudará a sarar a divisão que tem subjugado o nosso país”.
Gabbard, de 38 anos, tionha reunido em torno da sua campanha uma coligação bastante eclética de democratas anti-guerra , eleitores independentes, libertários e republicanos descontentes, mas nunca teve apoio suficiente para incomodar os candidatos mais conhecidos: terminou com apenas 16 votos em Iowa, o primeiro Estado a votar, deixando evidente que a sua candidatura não teria nunca força para chegar aos primeiros lugares, ou sequer para constituir um capital para usar no futuro.
A saída de Gabbard, que nasceu na Samoa Americana – onde elegeu dois delegados mas perdeu para Michel Bloomberg – assumiu uma postura progressista e antiguerra, enfatizando com frequência a sua experiência como membro da Guarda Nacional do Havai. Os seus discursos de campanha concentraram-se naquilo que definiu como os malefícios das guerras norte-americanas no exterior e na promessa de redirecionar o orçamento militar para programas sociais.
Gabbard chegou à competição como uma estrela em ascensão no Partido Democrata: tornou-se membro do Congresso em 2013 e foi nomeada vice-presidente do Comité Nacional do partido – lugar que abandonou para apoiar Bernie Sanders contra Hillary Clinton em 2016.
A congressista optou por movimentações que pareciam ir no sentido de a visualizar junto dos eleitores, mas seguindo um caminho pouco ortodoxo: processou Hilary Clinton por ser um ativo russo e a Google por supostamente suspender a publicidade da sua campanha; antes das primárias de New Hampshire, deu uma entrevista à Fox News na qual defendeu a decisão de Donald Trump de demitir as principais testemunhas do impeachment. Pouco conseguiu.
Para os analistas, a decisão de se retirar da campanha era apenas uma questão de timing, sendo certo que a maioria considera que demorou demasiado a fazê-lo. Esse facto e a forma como geriu a campanha pode ter acabado com a sua carreira política.
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