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Eurodeputados votam hoje nova resolução sobre o ‘backstop’

A União Europeia insiste que não aceitará nada que não seja o ‘backstop’ e quer deixar claro ao primeiro-ministro britânico que está farta da sua falta de empenhamento numa solução conjunta para o Brexit.
18 Setembro 2019, 07h30

Esta quarta-feira, os eurodeputados vão votar uma proposta de resolução sobre o Brexit que prevê que não haverá nenhum acordo de saída que não contenha o ‘backstop’”, a cláusula de salvaguarda inscrita no tratado jurídico para evitar a reposição das fronteiras entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.

Como mais esta votação, a Europa pretende deixar claro – coisa que não parece possível que não esteva já – que Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, não poderá contar com qualquer margem de tolerância para uma solução que não contemple o ‘backstop’.

“Pela nossa parte, estamos mais do que disponíveis para aceitar a proposta original de aplicar este mecanismo apenas na Irlanda do Norte”, disse na semana passada o presidente do Parlamento, David Sassoli. Já depois disso, Johnson encontrou-se com a ainda presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker – mas não houve qualquer aproximação de posições. Ao contrário, o primeiro-ministro britânico insiste que o ‘backstop’ é inaceitável.

E que existem inúmeras alternativas – sendo certo que a Europa não vê nenhuma. Para Johnson, as negociações em curso estão a progredir de forma muito positiva, como não se cansa de repetir – mas, mais uma vez, a União Europeia desmente com veemência a versão britânica e afirma que nada de concreto foi avançado – quanto mais concluído – à mesa das negociações conjuntas.

A proposta a votar hoje tem também outra clara finalidade política: os eurodeputados querem deixar claro que uma eventual saída do Reino Unido sem acordo será da inteira responsabilidade de Londres e que quaisquer consequências negativas – mesmo que ninguém saiba ao certo quais possam ser – serão assacadas a Boris Johnson.

Entretanto, como se estivessem noutro mundo – nas palavras de alguns analistas – os britânicos passaram o dia de ontem concentrados nos pormenores da suspensão do parlamento britânico e dos conselhos que o primeiro-ministro terá dado à rainha para que aceitasse essa suspensão. Tudo isto depois de a Escócia ter considerado ilegal a decisão de ter convocado o Supremo Tribunal para se pronunciar.

Segundo os jornais britânicos, Boris Johnson ter-se-há comprometido a cumprir o que o Tribunal decidir – mesmo que isso seja voltar a convocar os parlamentares – mas há alguns analistas que duvidam que essa aceitação seja certa. O Tribunal está reunido ainda ao longo de todo o dia de hoje e só amanhã, quinta-feira, haverá, em princípio, uma decisão.

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