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Euronext inclui Galp e Jerónimo Martins em índice de 80 ‘large caps’ com melhor desempenho ESG

Segundo a Euronext, novo índice responde a uma necessidade de um ‘benchmark’ “público, líquido e representativo”, com os investidores a pedirem a inclusão de empresas que não tenham apenas um forte desempenho no aspecto ambiental, mas também no social e no de governança.
17 Junho 2020, 11h48

A Euronext, que gere bolsas em sete países europeus incluindo Portugal, anunciou esta quarta-feira que lançou um índice que segue as 80 maiores large caps da zona euro com o melhor desempenho em critérios ambientais, sociais e de governance (ESG), e na qual incluiu as cotadas portuguesas Galp Energia e Jerónimo Martins.

A empresa adiantou que o índice faz parte de uma série de iniciativas para fornecer aos mercados de capitais as ferramentas necessárias para impulsionar o crescimento sustentável

O índice Euronext ESG 80, desenhado em parceria com a Vigeo Eiris Moody’s, “responde às necessidades dos investidores em ter um benchmark para a ação climática pública na zona euro”, ao seguir as 80 empresas que são fortes nos critérios sociais e de governança e a liderar a transição para uma economia descarbonizada, referiu a empresa, numa apresentação aos jornalistas.

Nicolas Rivard, head of advanced data services da Euronext, recordou que a procura dos investidores por índices ESG não é completamente nova – em 2008, a Euronext lançou o indíce Low Carbon 100 – mas sublinhou que está acelerar rapidamente.

Rivard explicou que o novo índice responde a uma necessidade de um benchmark “público, líquido e representativo”, com os investidores a pedirem a inclusão de empresas que não tenham apenas forte desempenho no aspecto ambiental, mas também no social e no de governança.

A metodologia do índice consiste em olhar para as 300 maiores large caps da zona euro, remover as 20% que demonstram os piores desempenhos em termos de sociedade e governança, removendo também empresas com “controvérsias relacionadas com o carvão, o tabaco e armas”. Excluidas essas empresas, a Vigeo seleciona as 80 empresas com os melhores desempenhos nos critérios de transição energética.

“A seleção resulta mesmo”, frisou Rivard. “Se olharmos para as 80 empresas escolhidas, a redução da pegada carbónica face ao indice 300 para a zona euro é de 70%”.

Acrescentou que a de junho, a Euronext introduziu os primeiros contratos de derivativos futuros com base num índice ESG. “Os futuros do ESG 80 fornecem ferramentas eficazes para hedging e permitem que mais investidores obtenham exposição à economia sustentável na zona euro”.

Adicionar o ‘azul’ ao ‘verde’

A gestora de bolsas adiantou que, para capitalizar no lançamento dos Euronext Green Bond em novembro, está a expandir oferta para outras obrigações relacionadas com ESG, incluindo obrigações azuis, sociais, de sustentabilidade e ligados à sustentabilidade.

Em relação à chamada ‘economia azul’, a Euronext informou que, como assinante oficial da iniciativa Sustainable Stock Exchanges das Nações Unidas desde 2015, está comprometida com a “Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” e que a empresa adicionou agora um novo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) aos sete que tem no seu roadmap ESG: “Objetivo 14: Vida debaixo da água”.

Stéphane Boujnah, CEO da Euronext, sublinhou que a empresa é a primeira bolsa de valores a apoiar os nove princípios oceânicos do pacto global da ONU. “Proteger os nossos oceanos e apoiar a conservação marinha será vital para reparar os nossos ecossistemas e fortalecer a economia azul”, frisou.

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