Os bancos europeus têm atualmente 944 biliões de euros em crédito malparado, um problema que teima em não desaparecer e que deverá avolumar-se, prejudicando as contas da banca, noticia a Bloomberg.
A agência de informação económica e financeira diz que as autoridades europeias já fizeram saber que querem encontrar uma solução, mas investidores e instituições bancárias têm posições distintas quanto à forma de estimular os credores a vender ou liquidar créditos não cumpridos.
O problema está, segundo a Bloomberg, nos países mais atingidos pela crise da dívida soberana, sendo que Grécia e Itália são apontados como os casos “particularmente agudos”, pela sua situação política. A Grécia ainda está sob um programa de resgate e lidera a lista de empréstimos em incumprimento, enquanto a Itália tem as maiores dívidas incobráveis em termos absoluto.
Em Itália, o setor bancário já estabeleceu metas para diminuir os níveis de crédito malparado estimulando a venda de “carteiras” e a liquidação de empréstimos. O maior banco do país, em valor de mercado, o Intensa Sanpaolo, planeia acelerar a redução de empréstimos cujos pagamento não estão a ser cumpridos.
A Itália acumulou “malparado” durante anos de pouco ou nenhum crescimento económico, segundo a Bloomberg, sendo que o problema foi agravado pelo sistema jurídico do país, onde os credores demoram mais tempo para liquidar garantias do que outros países europeus. A Itália reviu as regras de falência em outubro de 2017 a pensar, precisamente, na redução do crédito malparado.
De acordo com dados do Banco Central Europeu (BCE) os países com maiores dívidas incobráveis em termos absoluto: Itália (224,2 biliões); França (142,2 biliões); Espanha (131,4 biliões); Grécia (112,3 biliões); Reino Unido (67 biliões); Alemanha (58,4 biliões); Holanda (43,8 biliões); Portugal (34,2 biliões); Irlanda (26 biliões); Chipre (19,5 biliões).
Desde 2014, os bancos europeus já reduziram o crédito malparado em mais de 280 biliões de euros. O BCE, que supervisiona a maioria dos credores da Europa, defende que créditos inadimplentes são “um grande problema” e que só deve ser usado quando há crescimento.
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