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“Europa tornou-se num continente de intermediários”, revela Carlos Moedas

Face ao setor do turismo, Francisco Calheiros apontou que “a Europa não tem qualquer diretiva que facilitaria a vida a toda a gente”, sustentando mesmo que a decisão de criar uma moeda única “terá sido o último grande passo” tomado pelos responsáveis europeus.
22 Setembro 2020, 12h30

O economista e ex-eurodeputado português, Carlos Moedas, esteve presente na terceira conferência da Cimeira do Turismo Português, para abordar como será o futuro do setor num mundo pós-Covid, sustentando na sua intervenção que a Europa se tornou “o continente dos intermediários”. O ex-eurodeputado falou com o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros.

Face ao setor do turismo, Francisco Calheiros apontou que “a Europa não tem qualquer diretiva que facilitaria a vida a toda a gente”, sustentando mesmo que a decisão de criar uma moeda única “terá sido o último grande passo” tomado pelos responsáveis europeus. Devido à Europa não ter sido clara quanto às medidas a tomar, o presidente da CTP questionou Carlos Moedas de quantas Europas existem.

“A Europa continua a comunicar muito mal o que faz, e esse é o seu maior problema”, afirmou Carlos Moedas, continuando que a “Europa tornou-se o continente dos intermediários, e isso viu-se nesta crise”. O ex-eurodeputado apontou que deveria ter sido a própria Europa a oferecer ajuda monetária às pequenas e médias empresas, em vez dos países se tornarem intermediários de Bruxelas.

Ainda assim, Carlos Moedas elogiou a rápida resposta de Bruxelas à crise atual. “A Europa respondeu muito rapidamente. Mais rapidamente do que se pensava”, defendeu, adiantando que na última crise, que começou em 2008, “Mario Draghi só respondeu em 2012, um processo moroso e que fez com que os países demorassem mais a recuperar”.

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