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Como se promove a Altice Arena no mundo

Jorge Vinha da Silva, CEO da Altice Arena, explicou ao Jornal Económico como é que gere uma das salas mais concorridas do mundo para espetáculos e eventos ‘corporate’.
17 Novembro 2018, 11h00

Jorge Vinha da Silva, CEO da Altice Arena, costuma dizer aos colaboradores que o dia começa com a sala vazia. E, como em qualquer negócio, é preciso garantir clientes – espetáculos públicos (concertos, eventos desportivos, etc) ou ‘Meeting Industry’  (congressos, feiras e marcas). Até ao momento, Jorge não se pode queixar. A Altice Arena é considerada uma das 10 maiores salas de espetáculos do mundo, reconhecida internacionalmente e, em 20 anos de história, já foram ali realizados mais de dois mil eventos.

Para que tudo isto aconteça, Jorge conta com uma base sólida de colaboradores: uma equipa de embaixadores próprios nos mercados de angariação e uma rede de comerciais disposta a viajar a qualquer momento. “Temos uma rede de embaixadores nos mercados de origem, seja no Reino Unido ou na Europa Central, que trabalham em conjunto com as nossas equipas comerciais locais e estão constantemente a identificar oportunidades. A nossa concorrência e posicionamento é internacional e trabalhamos a agenda com uma grande antecedência”, explica ao Jornal Económico.

Assim, há dois aspetos que interessam trabalhar. A recorrência do evento para que se possa manter para os próximos anos, por exemplo, no caso dos grandes congressos internacionais e trabalhar em conjunto o Turismo (e outros organismos oficiais) para complementar as visitas com uma oferta hoteleira e de transportes de qualidade. “Um holandês pode sair da sua cidade de origem, jantar a Lisboa e voltar no dia seguinte”, acrescenta o CEO.

Com mais de 30 Arenas e Centros de Congresso espalhados pela Europa, a concorrência é feroz. “Há uma tendência a nível europeu para grandes investimentos, até das cidades, na melhoria dos espaços que já existem. Felizmente, ao longo do nosso percurso, além de todo o investimento que fizemos no edifício, tivemos a facilidade de estabelecer as parcerias certas que nos permitem captar ainda mais negócio”.

O facto da sala ter um ‘naming sponsor’ (Altice) que é uma empresa de telecomunicações, permitiu instalar no edifício uma das melhores redes wi-fi disponíveis em situações semelhantes. “Isso foi um fator decisivo para trazer a Web Summit para Portugal. Estamos a falar de um evento tecnológico muito suportado na infraestrutura de acessos a serviços e à internet. É algo que permite catapultar o espaço e traduzir essa visão em algo concreto”, conclui Jorge Vinha da Silva.

Em julho de 2012, o consórcio Arena Atlântico, constituído por Luís Montez, ÁlvaroRamos, da Ritmos&Blues, e a atual equipa de gestão ganhou o concurso de compra daquele pavilhão, por 21,2 milhões de euros. O vencedor foi escolhido essencialmente pela questão do preço, já que as propostas se equilibravam nas restantes exigências do caderno de encargos, especificou na altura o governo, no final da reunião do Conselho de Ministros.  O consórcio liderado pela CIP ofereceu 18,5 milhões de euros, enquanto a multinacional AEG propôs 16,5 milhões de euros. Em termos formais, o negócio incluiu a venda da sociedade Atlântico – Pavilhão Multiusos de Lisboa, S.A., proprietária do pavilhão, e da empresa de bilhética associada, a Blueticket, S.A.

Desde então, desde que deixou a esfera pública, a faturação mais do que triplicou . “Há logo um ganho tremendo no plano de privatizações. Há tomada de risco e a implementação da estratégia que definimos”, conclui o gestor.

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