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Ex-conselheiro divulga mensagens e acusa Boris Johnson e Matt Hancock de péssima gestão da pandemia

Mensagem do WhatsApp publicadas pelo ex-assessor do primeiro-ministro britânico parecem revelar que a mentira estava na primeira linha do combate à Covid-19.
16 Junho 2021, 16h07

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, descreveu Matt Hancock, secretário de Estado da Saúde do seu governo, como “totalmente sem esperança” (“totally hopeless”) durante os início da pandemia, depois de o ouvir tomar posição sobre os testes, revelaram mensagens publicadas por Dominic Cummings, ex-conselheiro do primeiro-ministro.

Cummings publicou uma série de textos e documentos de reuniões de emergência do gabinete de crise em que parece ficar provado haver um conjunto de “mentiras” de Downing Street e do secretário de Estado da Saúde sobre o tratamento inicial da pandemia.

O ex-assessor escreveu que “Johnson considerou retirar a Hancock toda a responsabilidade e colocar Michael Gove no comando”. Johnson contou “histórias e piadas desconcertantes” durante as reuniões de emergência e recusou a fazer perguntas incómodas às autoridades.

Cummings disse que Hancock surgiu com uma “nova versão da realidade” em que a sua prestação seria a necessária e suficiente para gerir a crise – tanto do ponto de vista de vista do sistema de saúde como da resposta à pandemia.

Hancock disse ao governo que estava “tudo sob controlo”, no que Cummings diz ser uma falsa garantia que significou semanas perdidas que poderiam ter sido usadas para o combate mais eficaz à pandemia.

“Se o Downing Street está preparado para mentir tão profunda e amplamente sobre tais questões vitais de vida e morte no ano passado, não se pode confiar agora nem em mat+éria de Covid-19 nem em qualquer outra questão crucial”, escreveu o ex-assessor. “Hancock continua a ter responsabilidade direta por coisas como lidar com variantes da Covid-19 e lares de idosos. Ter esse secretário de Estado num papel fundamental é um desastre garantido. É urgente para a segurança pública que ele seja demitido”.

Para Cummings, Johnson tem “encorajado os ministros a dar contas falsas ao parlamento” e afirma que um inquérito público não responsabilizará o primeiro-ministro. E acrescenta que Johnson pretende renunciar dois anos após as próximas eleições para deixar a política e “ganhar dinheiro”. “Portanto, ou vivemos com disfunção crónica por mais cinco anos ou alguma coisa tem que intervir”, escreveu.

Cummings disse que estava indeciso sobre a publicação de mensagens privadas no WhatsApp, mas Hancock desafiou-o a isso no comité que está a analisar o caso. Para todos os efeitos, o ambiente no governo não é o melhor.

 

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