A aposta recente da Riopele, empresa do sector dos têxteis, na Coreia do Sul, China e Japão tem tido resultados “acima das expectativas”, tendo hoje estes países um peso nas exportações superior ao do Reino Unido, que já foi o principal mercado da têxtil.
A Coreia do Sul, a China e o Japão são mercados onde a Riopele começou a apostar há cerca de quatro anos e onde neste momento temos bons resultados, acima das expectativas. Já são mercados com uma certa expressão, já superam a Inglaterra, por exemplo, que quando cheguei à empresa (há 41 anos) era o nosso maior mercado”, adiantou à agência Lusa o presidente do conselho de administração da têxtil de Vila Nova de Famalicão, no distrito de Braga.
Segundo José Alexandre Oliveira, “felizmente” o Reino Unido é hoje apenas o 7.º mercado de exportação da Riopele, pelo que o previsível impacto do ‘Brexit’ será menos sentido: “Se perder um cliente é importante, perder um país, então… não é que vamos deixar de exportar para o Reino Unido, vamos é ter mais dificuldade e vai atrasar todo o processo de fazer chegar as mercadorias, numa altura em que é preciso rapidez”, antecipou.
Apesar de este ano terminarem em alta, as exportações para a Alemanha — que com a Espanha e os EUA integra o top três dos principais mercados de exportação da Riopele — deverão também “arrefecer” em 2020.
“O mercado alemão vai terminar 2019 bem, mas estimo que no próximo ano seja uma Alemanha diferente e não creio que para melhor, mas para um arrefecimento que já está a acontecer”, afirmou José Alexandre Oliveira.
Ainda assim, acredita, quando forem ultrapassados os “três grandes focos de instabilidade” que estão a gerar incerteza entre os investidores — o ‘Brexit’, as relações comerciais EUA/China e o abrandamento económico – a Alemanha “vai dar a volta”.
Depois de em 2018 ter faturado 74,5 milhões de euros, a Riopele prevê encerrar o atual exercício com vendas “muito próximas” dos 80 milhões de euros, 98% dos quais no exterior.
“O ano 2019 está a correr como projetado, até um bocadinho acima do que tínhamos orçamentado”, disse o presidente executivo, rejeitando a possibilidade de vir a cotar a empresa em bolsa, por entender que os constrangimentos daí decorrentes não compensam as vantagens e considerar que “a bolsa portuguesa não é atrativa”.
“Se eu amanhã tiver que alterar qualquer circunstância, reúno-me internamente e automaticamente decidimos. Já se eu estiver em bolsa tenho que andar a pedir e por isso muitas empresas têm saído”, disse.
Assegurando que a Riopele não tem sentido dificuldades de financiamento, o empresário aponta o recentemente concluído investimento de 25 milhões de euros, concretizado ao longo dos últimos três anos, e que foi “vertical a toda a empresa” para obter melhorias ao nível da sustentabilidade, flexibilidade e poupança energética.
Fundada em 1927, a Riopele é uma das mais antigas empresas têxteis portuguesas e uma referência internacional na criação e na produção de tecidos para coleções de moda e de vestuário.
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