Uma equipa da EY desenvolveu a ‘wine blockchain’, uma solução que pretende revolucionar o processo de ‘supply chain’ na indústria alimentar como o conhecemos. A solução visa combater a contrafação de produtos vinícolas de qualidade superior e a imutabilidade da informação, característica fundamental da tecnologia blockchain, surge como o meio para fazer face a este desafio.
“Este é o passaporte do vinho que dá a garantia ao consumidor de que o produto que comprou é verdadeiro”, diz ao Jornal Económico Giuseppe Perrone, o responsável pela área de blockchain da EY na região do Mediterrâneo.
A nível mundial, estima-se que 20% do vinho em circulação seja atualmente contrafeito, segundo dados citados pela EY. Ou seja, num mercado de 10 mil milhões de euros, a faturação vinícola italiana poderá ter tido uma perda anual na ordem dos dois mil milhões de euros, devido a este problema.
A tecnologia blockchain materializa-se num QR Code que encaminha o consumidor para uma página web. Esta página exibe todo o percurso da produção do vinho, desde o cultivo, ao tratamento, aos fitoquímicos utilizados, à informação geográfica, à colheita, entre outros.
“A informação é usada pelo consumidor, comprador e distribuidor, para criar uma verdadeira ‘storytelling’”, acrescenta o especialista da EY.
Este é o primeiro caso de uma relação digital entre o produtor e o cliente final que – graças a um rótulo inteligente na garrafa de vinho – pode ler sobre o produtor de vinho (identificado por uma assinatura digital), todo o processo de cultivo, produção e transformação do vinho, maximizando a confiança do consumidor.
A implementação do projeto wine blockchain exigiu a participação da EY, da empresa de produção de vinhos, e de todos os intermediários da cadeia de valor, para que toda a informação necessária pudesse ser recolhida. Existe um crescente interesse mundial dos consumidores nos produtos: 74% afirmam ser afetados pela busca de informações de rastreabilidade e 60% controlam os rótulos dos produtos.
A solução poderá ser aplicada e adaptada a outros produtos alimentares, mas também a bens alvo de elevada contrafação como o retalho ou a relojoaria, conclui Giuseppe Perrone.
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