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Facebook vai remover ideias falsas e conspirações sobre vacinas contra a Covid-19

“Nós podemos trabalhar com as autoridades públicas de saúde e remover conteúdo que iria impedir as pessoas de tomar a vacina, porque elas estão a absorver desinformação”, alertou esta quinta-feira Nick Clegg, vice-presidente de Assuntos Globais e Comunicações da rede social.
3 Dezembro 2020, 19h54

Nas próximas semanas, o Facebook vai começar a remover falsas alegações sobre as vacinas contra a Covid-19, com base nas indicações dos especialistas em saúde pública no Facebook e Instagram. A informação foi dada esta quinta-feira pela rede social no blog oficial e destacada pelo vice-presidente de Assuntos Globais e Comunicações do Facebook na Web Summit 2020.

“Nós podemos trabalhar com as autoridades públicas de saúde e remover conteúdo que iria impedir as pessoas de tomar a vacina, porque elas estão a absorver desinformação no Facebook. Nós também trabalhamos com mais de 80 fack-checkers independentes em mais de 60 línguas”, referiu Nick Clegg, numa sessão de Q&A na cimeira tecnológica que decorre online até amanhã.

A decisão da rede social surge depois de surgirem notícias de que aos fármacos contra o novo coronavírus começarão a ser administrados em breve em todo o mundo. Assim, a empresa pretende aplicar a política de remoção de informações incorretas sobre o vírus, como falsas alegações sobre a segurança, eficácia, ingredientes ou efeitos colaterais das vacinas.

Por exemplo, as publicações com ideias falsas de que as vacinas contra a Covid-19 contêm microchips ou outros ingredientes que não estão no chamado bilhete de identidade da vacina.

“Também iremos remover teorias da conspiração sobre as vacinas Covid-19 que hoje sabemos que são falsas: como as de que populações específicas estão a ser sendo, sem consentimento, para testar a segurança da vacina. Não poderemos começar a aplicar estas políticas de um dia para a noite. Como ainda é cedo e as evidências continuarão a evoluir, atualizaremos regularmente as reivindicações que removemos com base na orientação das autoridades de saúde pública à medida que há mais conhecimento”, explicou a empresa.

Na Web Summit, Nick Clegg lembrou que o Facebook já removeu inclusive posts do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, por transmitem dados incorretos ou duvidosos sobre questões de saúde, mas explicou que a abordagem da rede social não pode ser sempre a da remoção de publicações. O responsável do Facebook admitiu que as pessoas fazem “pressão” para que se tire conteúdos, mas a investigação interna que levaram a cabo indicam que mesmo que se mantenha o conteúdo na plataforma – mas filtrado – cerca de 95% dos utilizadores não fazem duplo clique.

O vice-presidente de Assuntos Globais e Comunicações do Facebook informou ainda que, de três em três meses, a empresa norte-americana reúne dados sobre discurso de ódio e conteúdo terrorista e esses relatórios vão passar a ser auditados por uma entidade independente “no futuro”.

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