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Falta de chuva e frio provoca quebra de 20% na produção de azeitonas para azeite

A transformação da azeitona para o azeite deve registar uma quebra de 20%, no entanto as áreas de cereais é a que regista o menor valor desde a adesão de Portugal à União Europeia.
21 Fevereiro 2019, 11h53

O mês de janeiro caracterizou-se, em termos meteorológicos, como normal em termos de temperatura e muito seco em relação à precipitação. O valor médio da quantidade de precipitação no primeiro mês de 2019 contribuiu para o surgimento da classe de seca meteorológica moderada, onde 94% do território continental encontrava-se em seca meteorológica moderada.

Em relação às temperaturas, durante a primeira quinzena, as temperaturas mínimas foram muito inferiores ao normal, com a consequente formação de geada nos locais mais abrigados. Estas condições meteorológicas permitiram a realização, com normalidade, da maioria dos trabalhos agrícolas, nomeadamente as podas das vinhas e pomares, a conclusão das sementeiras e a adubação de cobertura das culturas arvenses de inverno.

Devido à fraca precipitação e à ocorrência de geadas, o desenvolvimento das pastagens e de determinadas culturas foram afetados, o que resultou na falta de matéria verde para o gado. Assim, os criadores de animais vão ter de recorrer a alimentos conservados, como palha e feno, e a rações industriais.

Com os trabalhos de sementeira dos cereais de inverno concluídos, observou-se uma redução de área instalada de trigo mole, triticale (mistura de trigo e centeio) e cevada, em -5%, e de trigo duro, em -10%. Este decréscimo significa que se registou -3% da plantação em relação a 2018 e, sustenta a tendência que tem sido observada nos últimos seis anos. Assim, registou-se a menor área semeada, cerca de 1/8, desde que Portugal aderiu à União Europeia em 1986.

Quanto às reservas hídricas, no final de janeiro, o volume de água armazenado nas albufeiras de Portugal continental encontrava-se nos 66% da capacidade total, um valor superior ao observado no período homólogo (59%), quando se registava o oitavo mês consecutivo de seca severa em mais de metade do território.

A produção de azeitona para azeite apresentou uma redução significativa. A colheita da azeitona está terminada e confirma-se um atraso significativo na maturação face ao habitual, que se deve ao efeito das condições meteorológicas adversas, que suspendem o amadurecimento dos frutos no período das ondas de calor de agosto. Após um ano histórico na produção de azeite, os olivais de sequeiro apresentaram, em janeiro, fracas colheitas, e o setor prevê que se registe um decréscimo de 20% na transformação da azeitona para azeite.

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