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Falta de unidade industrial dificulta relançamento do sector cafeeiro em Santo Antão

O tão desejado relançamento sector cafeeiro em Santo Antão tem sido sistematicamente adiado por causa da demora na concretização dos investimentos em carteira, situação que está a preocupar os produtores.
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13 Junho 2018, 09h54

A instalação de uma unidade de recepção, debulha e ensacamento do café constitui um dos investimentos que os produtores esperam ver concretizados nesta ilha, dado o seu impacto no relançamento deste sector de grande potencial em Santo Antão, actualmente sub-aproveitado.

Os produtores, que desejam ainda a criação de uma cooperativa que se encarregará de comercialização do produto, consideram que o tão falado relançamento do sector cafeeiro tem sido adiado ano pós ano, já que os grandes investimentos prometidos estão ainda por concretizar-se.

Francisco Chantre, um dos muitos produtores do café em Santo Antão, entende que, além da dos investimentos previstos, é necessário também apostar na organização dos próprios produtores para alavancar este sector, que pode voltar a ser “um produto de referência” nesta ilha.

O projecto sobre a valorização do sector cafeeiro em Santo Antão, iniciado em 2013, está suspenso há dois anos, facto que tem preocupado os produtores, que acreditam no futuro da cultura do café na “ilha das montanhas”, cujo relançamento depende, também, da organização dos próprios cafeeiros.

O projecto foi suspenso com a extinção, em 2016, da Agência de Desenvolvimento Empresarial e Inovação (ADEI), que vinha coordenando as acções, as quais poderão ser retomadas pela Pro-Empresa (Instituto de Apoio e Promoção Empresarial).

Um técnico ligado ao projecto disse acreditar que a Pro-Empresa vai dar continuidade ao projecto, já que os produtores depositam “muita expectativa” no relançamento do produto que, “outrora teve um papel importante” na economia de Santo Antão.

Numa primeira fase, o projecto incidiu na formação dos produtores e na recuperação dos cafezais, aguardando-se agora a montagem da unidade de recepção, debulha e ensacamento do produto, mas também a organização dos produtores numa cooperativa.

O café de Santo Antão é produzido, até agora, de forma tradicional (torrado e moído em pilão) e tem chegado a algumas ilhas do arquipélago, através da cooperativa PARES (Produtores Associados em Rede de Economia Solidária), sediada na ilha.

Santo Antão possui 63 explorações do café que estão localizados nos concelhos da Ribeira Grande e do Paul.

A valoração dos cafezais de Santo Antão enquadra-se num projecto de âmbito nacional, financiado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que consiste na criação e valorização da fileira do café de Cabo Verde.

 

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