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Família Trump poderá poupar milhões com reforma nos impostos

O ‘think tank’ Center for American Progress Action Fund alertou que a maioria dos norte-americanos não sentirão grandes alterações antes de 2025, mas que são as famílias mais ricas que vão beneficiar das mudanças.
  • Kevin Lamarque / Reuters
7 Novembro 2017, 20h02

A tão aguardada reforma dos impostos prometida pelo presidente dos Estados Unidos começou esta semana a ser debatida na Câmara dos Representantes norte-americana. As mudanças incluem reduções nas taxas pagas pelas empresas e pelas famílias, mas há uma medida em especial que está a levantar questões. Segundo o Center for American Progress Action Fund (CAPAF), a família Trump poderá poupar 1,150 milhões de dólares com a revogação do imposto sobre heranças.

think tank com sede em Washington alertou que enquanto a maioria dos norte-americanos não sentirão grandes alterações antes de 2025, são as famílias mais ricas que vão beneficiar da medida.

“A Administração Trump diz que o plano de impostos está focado nas pequenas empresas e na classe média, mas cria uma nova lacuna gigante que beneficiaria insiders como Donald Trump, Betsy DeVos e Jared Kushner, enquanto deixavam de lado a grande maioria das pequenas empresas “, referiu Seth Hanlon, senior fellow da CAP Action e autor da análise.

A análise o CAPAF indica que o próprio presidente, a secretária de Estado da Educação, Betsy Devos, e o genro de Trump e conselheiro presidencial, Jared Kushner, são exemplos de milionário e bilionários que vão beneficiar com a reforma nos impostos.

A CEO do think tank, Neera Tanden, acrescentou que a reforma não é um benefício para a classe média e trabalhadora, mas sim um plano velado para ajudar a classe alta, em que Trump se inclui. “Está claro quem seria o vencedor neste plano. Mas adivinhem quem vai pagar a conta por este documento? Famílias de classe trabalhadora e média que beneficiam da educação pública e dos cuidados de saúde, além de contarem com programas como Medicare e Medicaid”, disse.

Donald Trump apresentou a 27 de setembro a proposta de reforma fiscal que tem como título Plano unificado para corrigir o nosso falido código fiscal e ficou conhecida como a maior reforma fiscal desde 1980. A proposta contempla, entre outras medidas, uma redução do IRC de 15 pontos percentuais.

O imposto pago pelas empresas passará de 35% para 20%, um valor que, ainda assim, se mantém acima dos 15% prometidos às empresas por Trump durante a campanha eleitoral. A mesma reforma pretende diminuir o número de escalões de IRS, de sete para três: 12%, 25% e 35%.

Do plano apresentado por Trump fazem ainda parte o aumento das deduções fiscais para as famílias com filhos e a criação de uma nova dedução para os adultos dependentes, como pessoas idosas ou doentes.

Se aprovada, esta deverá ser a grande iniciativa da Administração Trump depois do falhanço que acabou por se revelar a tentativa de substituir o Obamacare, que até agora está em standby, apesar de o Partido Republicano controlar o Senado e o Congresso.

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