A portuguesa Farfetch, plataforma de comércio eletrónico de moda, está a planear entrar na bolsa de valores de Nova Iorque, através de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), informou a divisão britânica da empresa, em comunicado divulgado esta segunda-feira, 20 de agosto, citado pela agência Reuters.
A empresa não divulgou o número de ações a cotar na bolsa norte-americana, nem o preço. A agência Bloomberg noticia que a empresa aponta para uma avaliação da ordem de 5.000 milhões de dólares (cerca de 4,37 mil milhões de euros).
A empresa pretende estar listada com o símbolo FTCH.
A operação está a ser preparada pelo Goldman Sachs, JPMorgan, Allen
& Co, UBS Group, Credit Suisse, Deutsche Bank, Wells Fargo, Cowen e BNP Paribas.
A Farfetch, sedeada em Londres, tem parcerias com mais de 700 boutiques em todo mundo e mais de 1.800 designers, de 38 países. Está a operar em 190 países e tem 12 escritórios.
Reforço em Portugal
Apesar do processo de internacionalização, a Farfetch continua em Portugal e reforça, mesmo, a presença. Braga foi a cidade escolhida, em março, para receber o novo escritório da empresa em Portugal.
Na altura, Luís Teixeira, diretor-geral da Farfetch em Portugal, disse que a aposta vai de encontro à estratégia de crescimento da equipa em Portugal e indica que o novo pólo de tecnologia vai ter capacidade para cerca de 150 pessoas.
“Braga é considerada uma das cidades mais jovens do país, dinâmica e inovadora, e reúne as condições certas para receber um novo pólo de tecnologia da Farfetch. Este novo escritório é também sinónimo da continuação da nossa aposta em Portugal e da importância do país no desenvolvimento da nossa operação”, afirmou Luís Teixeira.
Este será o quarto escritório da empresa em Portugal, depois de Guimarães, Porto e Lisboa terem sido também escolhidos para receber escritórios da empresa de moda de luxo.
“Este novo hub [de Braga] permitirá um crescimento das equipas, essencialmente na área de tecnologia, trabalhando em rede e ligação direta com equipas de engenharia e produto, localizadas em vários escritórios em Portugal e no mundo, desde Londres até à China”, explicou Cipriano Sousa, Chief Technology Officer da Farfetch.
“Com este novo espaço estamos a posicionar a Farfetch numa cidade que, acreditamos, tem muito potencial do ponto de vista de expertise em diferentes áreas”, acrescenta.
Chanel no capital
Em fevereiro, foi anunciado que a Chanel, uma das principais empresas mundiais de luxo na área da moda, beleza, relógios e joalharia, vai entrar no capital da portuguesa Farfetch, plataforma de tecnologia global para o setor de moda.
O negócio foi explicado como parte de uma parceria para desenvolver um conjunto de iniciativas digitais, que permitirão oferecer uma “experiência incomparável” ao cliente, tanto offline como online, como na loja e fora da loja.
Em comunicado, as duas empresas afirmam que compartilham uma visão convergente relativamente ao futuro do retalho e justificam a parceria pelo acreditar que hoje “a tecnologia permite aos clientes esperar experiências ultra-personalizadas, quer na esfera real, quer na esfera digital e exigir que esses dois mundos estejam perfeitamente conectados”.
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