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Farfetch quadruplica prejuízos no segundo trimestre

O grupo registou um prejuízo de 435,9 milhões de dólares no final do segundo trimestre, mas continua a acreditar que vai na linha de um EBITDA ajustado que abre as melhores perspetivas de negócio. O número de clientes está a crescer.
  • José Neves, Farfetch
13 Agosto 2020, 22h47

O grupo Farfetch, especializado nas vendas online de produtos de luxo, anunciou os resultados do segundo trimestre de 2020, onde avulta um prejuízo da ordem dos 435,9 milhões de dólares o que é mais de quatro vezes os 95,4 milhôes que tinha apresentado em período homólogo do ano passado.

Mesmo assim, o grupo fundado e liderado pelo empresário português José Neves releva “o forte impulso nos negócios alimentado pela aceleração da adoção online, que leva a ganhos significativos de mercado e novos recordes de clientes”, consubstanciados nas taxas de crescimento do Valor Bruto de Mercadoria e da Plataforma Digital e a receita do segundo trimestre de 2020, que aumentou 74% para os 365 milhões de dólares, que comparam com os 209 milhões do segundo trimestre do ano passado.

De qualquer modo, o grupo repete que “continua a progredir em direção aos lucros”, como o prova o EBITDA ajustado, que se manteve nos 25 milhões negativos (era de 20 milhões negativos no homólogo de 2019). Por outro lado, a margem EBITDA ajustada melhorou para menos 8%.

O grupo diz ainda que “continua a expandir parcerias dentro da indústria de luxo, o que lhe permitirá reforçar ainda mais a quota de mercado.

José Neves, que é também CEO da Farfetch, disse, citado em comunicado oficial, que “o segundo trimestre de 2020 foi um recorde para a Farfetch. A Plataforma Digital GMV atingiu um recorde histórico de 651 milhões de dólares, atraímos mais de meio milhão de novos consumidores – o maior número de todos os tempos, e marcas e comerciantes estão dispostos a oferecer a mais ampla seleção de moda de luxo que já vimos no nosso marketplace”

Por outro lado, disse ainda, “apoiamos um grande número de marcas de luxo líderes que estão a alavancar a nossa plataforma global no cenário atual, incluindo as nossas 20 principais marcas diretas que, juntas, beneficiaram da duplicação das vendas ano a ano. Acredito nesta aceleração contínua dos nossos negócios”.

Uma aceleração, acredita, “que resulta de uma mudança de paradigma nas compras de luxo, à medida que a indústria passa por uma grande aceleração da adoção online , que imaginei enquanto fundandos daFarfetch. Nós na Farfetch continuamos dedicados a ajudar a comunidade global da moda a navegar por esses tempos sem precedentes”,

Elliot Jordan, CFO da Farfetch, disse, citado pelo mesmo comunicado, que “estou muito satisfeito com os resultados da Farfetch neste trimestre, que destacam o momento de aceleração por trás da plataforma. Durante este período, vimos níveis sem precedentes de envolvimento ds utilizadores, downloads de aplicativos móveis e transações impulsionadas pelos novos consumidores. O nosso programa de fidelidade ACCESS aumentou para dois milhões de membros, o que é um bom presságio para oportunidades de conduzir crescimento no futuro. A forte trajetória do negócio, a nossa economia de unidade em expansão e o escalonamento de custos no segundo trimestre de 2020 coloca-nos diretamente no caminho para alcançar a nossa meta do EBITDA ajustado em 2021, especialmente porque vimos a aceleração dos negócios a continuar no terceiro trimestre.”

Já depois do anúncio dos resultados, as ações da Farfetch mantinham-se em terreno positivo, crescendo quase 2% e mantendo-se acima dos 26,35 dólares.

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