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Faria de Oliveira diz que a grande ameaça à banca são as gigantes tecnológicas e não as ‘fintech’

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos alertou para o risco associado à informação que empresas como Facebook ou Amazon têm sobre os clientes.
25 Setembro 2018, 11h27

A inovação tecnológica e a digitalização são desafios para o sistema financeiro atual, que obrigam a uma adaptação da regulamentação, defendeu o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Fernando Faria de Oliveira, alertando ainda para a concorrência por parte das gigantes tecnológicas, que assume maior do que o desafio colocado pelas fintech.

“A rápida disseminação do fenómeno fintech e dos novos riscos que acarreta obriga a mudanças no duelo de regulação”, afirmou Faria de Oliveira, na Conferência sobre Supervisão Comportamental Bancária: “Novos desafios dez anos depois da crise financeira”, que se realiza esta terça-feira, 25 de setembro, em Lisboa.

O presidente da APB considera que a banca, também ela uma fintech, está na linha da frente da inovação e que defende uma concorrência benéfica para consumidores e operadores. “Apenas pretende tratamento regulatório idêntico entre incumbentes e entrantes, preservando a confiança dos clientes e garantindo a segurança, a estabilidade financeira e a integridade do sistema”, disse.

“Este aspeto é particularmente crítico para o setor bancário quando a grande ameaça ao negócio bancário surge, não das startups fintech – onde o caminho tem sido, acima de tudo, o da cooperação -, mas dos operadores das grandes plataformas digitais, os designados GAFA (Google, Amazon, Facebook, Apple), todos eles entidades não europeias”, alertou.

Faria de Oliveira afirmou ainda que as gigantes tecnológicas possuem muita informação sobre os clientes, o que lhes permite oferecer produtos e serviços feitos à medida das necessidades, de uma forma que considera que exclui os restantes operadores, incluindo a banca tradicional.

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