O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) disse esta terça-feira que a banca tem cada vez mais consciência dos riscos e oportunidades que tem a sustentabilidade ambiental, social e de governança e desempenhará um “papel determinante” no seguimento desta agenda. A afirmação foi proferida num webinar organizado pela Sérvulo & Associados, com o Jornal Económico como media partner, que analisou as implicações das novidades legislativas e regulatórias em relação à incorporação dos fatores ambientais, sociais e de governação (ESG) no setor financeiro.
“É um desafio muito grande para o setor financeiro em geral e para a banca em particular. Como diz Paulo Câmara [advogado managing parter da Sérvulo & Associados] é um projeto em construção. Estamos todos a aprender. É um projeto que requer uma implementação gradual – mesmo que com sentido de urgência nalguns casos -, equilibrada e balizada, num enquadramento adequado e com incentivos corretos e virtuosos”, afirmou Fernando Faria de Oliveira.
Na sua opinião, as instituições bancárias estão empenhadas neste propósito, como o comprova a adesão aos Princípios das Nações Unidas para a Banca Responsável e a subscrição da Carta de Compromisso para o Financiamento Sustentável em Portugal (2019), que visa promover o debate sobre sustentabilidade, a integração dos ESG nas análises de financiamento de investimento e a formação nestas temas.
“É bem visível nos boards [conselhos de administração]. A questão já é discutida ao mais alto nível e o sentimento da sua importância tem crescido e já é uma realidade tanto na área executiva como nos não executivos”, referiu o presidente da APB.
Segundo Fernando Faria de Oliveira, “a variável socioambiental tem sido progressivamente incluída na análise do risco de crédito e no desenvolvimento das estruturas internas das instituições e principalmente na área de gestão de risco, auditoria e compliance”. Ademais, há novos produtos que foram criados, entre as quais linhas de crédito para a eficiência energética, depósitos cuja remuneração depende dos ESG, contas de depósito neutras em carbono, participação em operações do mercado de capitais (emissão de green bonds), entre outros.
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