A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusou este sábado o Ministério da Saúde de “inércia” nos casos de violência contra médicos e exigiu policiamento nos serviços com potencial de conflito, como as urgências hospitalares.
Em comunicado, a FNAM considera que esta violência “é também um reflexo do atual estado de degradação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e da desresponsabilização do Ministério da Saúde quanto à garantia do direito à saúde do cidadão e das condições de trabalho dos seus profissionais”.
A FNAM sublinha que a população “desespera por cuidados atempados e de qualidade” e os médicos, que estão na linha da frente do SNS, “são um alvo fácil para o seu descontentamento”.
“A ausência de condições adequadas de segurança no local de trabalho é da responsabilidade das instituições de saúde, que tacitamente descuram os seus profissionais”, precisa a Federação Nacional dos Médicos.
Nesse sentido, a FNAM exige que os médicos tenham condições para “tratar adequada e atempadamente” os seus doentes e investimento em estratégias e mecanismos de segurança nos hospitais, como a previsão de circuitos de fuga, botões de emergência e equipas de segurança, além de policiamento em todos os serviços com potencial de conflito ou antecedentes de violência que o justifiquem, nomeadamente urgências hospitalares.
Esta federação defende também a criação de protocolos pela entidade empregadora que “garantam o correto acompanhamento dos profissionais agredidos, em todas as dimensões necessárias”.
A FNAM manifesta ainda total solidariedade para com os médicos que foram recentemente vítimas de agressões e condena veementemente qualquer ato de agressão dirigido contra um médico no exercício da sua função.
Em entrevista ao Diário Notícias e à TSF, a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que “acompanha com muita preocupação” os atos de violência contra os profissionais de saúde e prometeu um plano de ação até ao final do mês.
Marta Temido disse que já pediu ao secretário de Estado da Saúde para que lhe apresente, até ao final de janeiro, “uma estratégia para combater estas situações”.
A ministra avançou ainda que se registaram, até setembro do ano passado, 900 casos de violência na saúde, tantos quantos em todo o ano de 2018.
Esta semana foi notícia duas alegadas agressões a médicos, uma no Centro Hospitalar de Setúbal e outra no Centro de Saúde de Moscavide, em Loures, distrito de Lisboa.
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