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Fernando Haddad acusado formalmente de corrupção pela justiça brasileira

O ex-perfeito de São Paulo é suspeito de ter recebido subornos da empreiteira UTC, no valor de 2,6 milhões de reais (605 mil euros), depois de ter sido denunciado ao abrigo de uma delação premiada na Operação Lava Jato.
20 Novembro 2018, 09h27

O antigo candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) às eleições presidenciais no Brasil, Fernando Haddad, foi formalmente acusado esta segunda-feira de corrupção. O ex-perfeito de São Paulo é suspeito de ter recebido subornos da empreiteira UTC, no valor de 2,6 milhões de reais (605 mil euros), depois de ter sido denunciado ao abrigo de uma delação premiada na Operação Lava Jato.

O juiz Leonardo Barreiros, da 5.ª vara criminal da Barra Funda, em São Paulo, aceitou a acusação do Ministério Público, que foi conhecida em plena campanha eleitoral, em setembro. O empreiteiro da UTC Ricardo Pessoa terá denunciado Fernando Haddad a partir de uma delação premiada, que permite aos acusados em processos judiciais incriminarem em troca de benefícios para o seu processo, como uma redução de pena ou uma condenação mais favorável.

Segundo Ricardo Pessoa, Fernando Haddad terá pedido, entre abril e maio de 2013, através do então tesoureiro do seu partido, João Vaccari Neto, dinheiro para à UTC para liquidar dívidas de campanha com a empresa gráfica de Francisco Carlos de Souza, um ex-deputado estadual do PT. O Ministério Público do estado de São Paulo acredita que, entre maio e junho desse ano, a construtora transferiu o valor de 2,6 milhões de reais (cerca de 605 mil euros) para Fernando Haddad.

No despacho de acusação, pode ler-se ainda que o então tesoureiro do PT “representava e falava em nome de Fernando Haddad” e que a “captação e distribuição de recursos ilícitos se desenvolveram através de um esquema montado pela própria UTC”, sobretudo “por contratos de prestação de serviços fictícios e/ou sobrefaturados”.

“Assim foram realizados os pagamentos daquela dívida, contraídas especialmente durante o ano de 2012 pela campanha de Fernando Haddad para o cargo de prefeito de São Paulo”, salientou o juiz Leonardo Barreiros, da 5.ª vara criminal da Barra Funda.

Os advogados de Fernando Haddad garantem que as acusações são infundadas e que resultam de “interesses contrariados” dos seus delatores.

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