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Fernando Medina compromete-se “sem complexos” com “passos significativos” na criação do Museu da Descoberta até 2021

O autarca de Lisboa recusa “complexos” com o “politicamente correto” e garante que Museu da Descoberta vai ter como objetivo expor “o processo histórico em todas as suas vertentes”, sejam elas positivas ou negativas, e abordar a questão da escravatura.
13 Junho 2020, 16h53

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, quer que, até ao final do atual mandato, que termina em 2021, sejam dados “passos muito significativos” para a construção de um Museu da Descoberta, em Lisboa. O autarca de Lisboa recusa “complexos” com o “politicamente correto” e garante que Museu da Descoberta vai ter como objetivo expor “o processo histórico em todas as suas vertentes”, sejam elas positivas ou negativas, e abordar a questão da escravatura.

“Pretendo que ainda durante este mandato [até 2021] haja passos muito significativos para a sua concretização [do Museu da Descoberta]. Está tudo muito bem detalhado no meu programa, o que aconteceu foi uma polémica completamente gratuita e na qual decidi nem entrar, sobre algo que não estava escrito”, afirmou Fernando Medina, numa entrevista ao jornal “Diário de Notícias” publicada este sábado.

O autarca lisboeta explica que o Museu da Descoberta, cuja construção foi uma das promessas eleitorais na eleições autárquicas 2017, será “uma instituição que espelhe o processo histórico em todas as suas vertentes, inclusivamente a questão da escravatura”. “O museu tem de expressar tudo e em todas as dimensões positivas e negativas, e é muito clara a forma como a questão deve ser abordada”, diz Fernando Medina, sublinhando a importância de “valorizar a nossa história em vez de a reescrever”.

“Considerando que é importante do ponto de vista da história e do melhor conhecimento de um período do nosso país, também é importante ter o Museu da Descoberta de forma a relatar essa história do ponto de vista multidimensional e de futuro. Por isso, chamar-se-á da Descoberta, no singular”, acrescenta.

Fernando Medina adianta ainda que a cidade de Lisboa terá “sem nenhum complexo” um memorial dedicado à escravatura.

A revelação surge depois dias depois de, em todo o mundo, terem sido deitadas abaixo estátuas de protagonistas racistas ou esclavagistas e esta quinta-feira ter sido vandalizada a estátua do Padre António Vieira, em Lisboa. O presidente da Câmara de Lisboa criticou de imediato o ato, acusando os autores das pinturas na estátua de “vandalismo ignorante” dada a “dimensão humanista e de tolerância” do filósofo e autor de sermões “num tempo em que isso não era de todo regra”.

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