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Fernando Medina defendeu liberdade religiosa em Portugal em sessão com Aga Khan

Numa sessão no salão nobre do parlamento português, o presidente da Câmara de Lisboa sublinhou que “o diálogo intercultural e a tolerância religiosa é uma marca distintiva da democracia portuguesa”, destacando que Portugal é “um Estado que protege e promove a liberdade religiosa”.
  • Cristina Bernardo
10 Julho 2018, 21h19

 O presidente da Câmara Municipal de Lisboa disse hoje que a comunidade ismaelita encontrou em Portugal um território para desenvolver a atividade religiosa devido ao diálogo intercultural e tolerância religiosa que marca a sociedade portuguesa.

“Uma democracia europeia, solidária e aberta ao mundo. Foi por isso com naturalidade que a comunidade ismaeli encontrou aqui um território para desenvolver a sua atividade religiosa. Foi também certamente por isso que vossa alteza escolheu o nosso país e a nossa cidade para sede da Fundação e da sua residência oficial”, disse Fernando Medina na Assembleia da República, no âmbito das comemorações dos 60 anos de Aga Khan como líder dos muçulmanos ismaelitas.

Numa sessão no salão nobre do parlamento português, o presidente da Câmara de Lisboa sublinhou que “o diálogo intercultural e a tolerância religiosa é uma marca distintiva da democracia portuguesa”, destacando que Portugal é “um Estado que protege e promove a liberdade religiosa”.

No seu discurso, Fernando Medina recordou o antigo Presidente da República Mário Soares, que foi “um líder político laico”, e o papel dos antigos ministros da Justiça Salgado Zenha, Menéres Pimentel ou Vera Jardim, na “consolidação dessa democracia pluralista onde a liberdade religiosa é protegida”.

“Foi por isso com naturalidade e com unanimidade que em 2015 a Assembleia da República ratificou o acordo entre a República Portuguesa e o Imamat Ismaili para o estabelecimento da Sede do Imamat Ismaili em Portugal”, disse.

Destacando os 15 milhões de fiéis espalhados pelo mundo, o autarca referiu que a ação através da rede Aga Khan abrange áreas críticas para o desenvolvimento humano, como a saúde, educação, cultura, desenvolvimento rural e promoção do empreendedorismo.

“Uma ação que mudou vidas humanas e que muda o mundo para melhor. Que o diga Moçambique, terra de onde vieram tantos membros da comunidade ismaelita portuguesa”, afirmou.

Fernando Medina realçou que Lisboa conhece “bem essa história de solidariedade e cooperação que é marca da Rede Aga Khan”.

O autarca falou do programa de desenvolvimento e educação na infância, que já chegou a quase 100 mil crianças em Lisboa, e o programa de apoio às comunidades urbanas que está em execução, “um programa de inclusão social e laboral dirigido aos mais desfavorecidos que já apoiou 150 mil pessoas em risco, 30% das quais imigrantes”.

O presidente da Câmara da capital portuguesa mencionou ainda o programa de apoio aos idosos, numa parceria entre a Fundação Aga Khan e o Patriarcado de Lisboa.

Já em Portugal desde sexta-feira, país onde de resto vai ter residência oficial, o príncipe iniciou a sua visita oficial na segunda-feira, tendo sido recebido com honras de chefe de Estado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a que se seguiu um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, participando à noite num jantar em sua honra, oferecido pelo chefe de Estado, no Palácio de Queluz.

Hoje, na Assembleia da República também inaugura uma exposição. Aga Khan visita depois o local do futuro “Ismaili Imamat” (imamato ismaelita), a sede mundial dos ismaelitas, que esta semana estão em força em Portugal, uma presença estimada em 45 mil visitantes.

A chamada comunidade muçulmana “Shia Imami Ismaili”, um ramo dos muçulmanos xiitas, vive espalhada por cerca de 30 países, com as maiores comunidades na Europa a residirem na Grã-Bretanha, França e Portugal, onde vivem cerca de 7.000 membros.

Aga Khan fundou uma das maiores redes privadas para o desenvolvimento do mundo, empregando 80.000 pessoas.

A AKDN, Aga Khan Development Network, é hoje um grupo de agências privadas internacionais que procuram melhorar as condições de pessoas em várias regiões do mundo, com um orçamento anual, para atividades sem fins lucrativos, que ronda os 600 milhões de euros.

Números oficiais da AKDN indicam que a organização trabalha em 30 países, incluindo Portugal.

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