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Fernando Medina sem expectativa de ver adeptos nos jogos da Liga dos Campeões

O presidente da Câmara Municial de Lisboa, Fernando Medida, disse que não espera ver adeptos nos estádios de futebol onde se vão jogar os jogos da Liga dos Campeões e atribuiu a falta de controlo das cadeias de transmissão na área metropolitana de Lisboa para explicar o aumento de novos casos próximos da capital do país.
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22 Junho 2020, 21h23

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Fernando Medina, disse esta noite que não vai contar com as receitas dos embates da Liga dos Campeões que se vão realizar em Lisboa. Mas realçou, em entrevista à TVI, que valoriza “o facto de haver uma transmissão da imagem de Portugal e de Lisboa para centenas de milhões de pessoas para o futuro”.

“A minha expectativa, conhecendo o que conheço, é que não haja nem estádios cheios, nem adeptos na cidade de Lisboa”, disse o presidente da CML.

Sobre as interpretações a caso, Fernando Medida rejeita a ideia que os jogos da Liga dos Campeões que se vão realizar na capital do país não vão trazer “600 mil pessoas” como aconteceu quando o estádio da Luz foi o palco da final da competição entre o Atlético de Madrid e o Real de Madrid, em 2014.

“A minha expectativa é que estejam cá as equipas, os técnicos, o staff“, adiantou.

Questionado sobre se os adeptos iriam aos estádios ver os jogos, Fernando Medina respondeu que “a minha expectativa é de que seja aplicado um regime que seja adequado. As autoridades tomaram até agora, relativamente ao campeonato nacional, que não tinha assistência”. Por isso, “a expectativa normal” é de que os estádios não terão adeptos durante os jogos da Liga dos Campeões.

“Vai ser uma grande projeção da cidade e do país e tem de ser bem aproveitada como um elemento para nós metermos mais uma estaca positiva relativamente à nossa recuperação económica, que não é este ano — este ano esqueçamos, entrou em passivo”, vincou Fernando Medina.

O presidente da CML foi ainda abordado sobre os novos casos de infeção de Covid-19 na área metropolitana de Lisboa. “Há umas semanas atrás, detetou-se que começaram a aparecer um conjunto de surtos muito associados a empresas — Azambuja, empresas de construção civil e de trabalho temporário —, logo depois do início do segundo desconfinamento, que teve que ver com a testagem que muitos fizeram relativamente à preparação da abertura de muitas empresas nessa altura”, disse Fernando Medina.

“Nestas semanas desenvolveu-se um conjunto massivo de testes, de quase 15 mil testes de despistagem. Era suposto que, passado este período, o número de novos casos diários tivesse diminuído e isso não aconteceu”, adiantou o presidente da CML, que explicou depois, referindo que “não houve um controlo dessas cadeias de transmissão”.

Fernando Medina realçou também que existe entre a população mais jovem do país que existe “um sentimento de que a pandemia não os afeta e já foi totalmente afastada”.

Na entrevista, o autarca referiu que “os números mostram uma realidade diferente, nem mostram um crescimento exponencial”, mas sim “uma persistência”, e explicou as medidas que foram acordadas implementar durante a reunião com o primeiro-ministro, António Costa, que decorreu esta manhã.

Medina explicou que foi adotada uma medida de âmbito nacional — que o Governo depois concretizará os seus detalhes — que consiste “na criação de um quadro sancionatório relativamente a quem organiza e participa em eventos de festas a partir de determinada hora”.

“O Governo vai criar esse quadro para quem organizar e promover eventos de aglomeração de pessoas como aqueles que nós temos visto de norte a sul do país”, realçou o presidente da CML.

Foi ainda adotado um conjunto de medidas aplicável apenas para a área metropolitana de Lisboa. “Defendemos que se mantivesse o limite de dez [pessoas] para o conjunto das aglomerações permitidas no espaço público e que não se estendesse às vinte”, explicou o autarca.

Foi ainda determinada a proibição do consumo de álcool em espaço público que não o espaço licenciado, isto é, fora de uma esplanada. Foi ainda acordado o fecho de todos os estabelecimentos às oito da noite.

“Relativamente a um conjunto de freguesias, tirando uma que ficas nos municípios envolventes da cidade Lisboa, em que se manifesta mais essa persistência e em que pelas suas elevadas densidades populacionais há muita comunicação de pessoas, vai ser feita uma estratégia diferente entre a saúde pública e o sistemas de proteção civil”, adiantou Fernando Medida.

“A saúde pública vai concentrar-se na identificação dos casos, no mapeamento dos contactos que foram feitos e depois nas determinações e, a partir daí, equipas conjuntas de proteção civil, cuidados de saúde primários, segurança social e polícia, serão responsáveis pela verificação dos confinamentos e pela criação das condições que sejam [executados]”, explicou.

 

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