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Ferreira Leite: “A pior coisa do Orçamento do Estado é ser de continuidade”

A ex-líder do PSD Manuela Ferreira Leite diz que este orçamento tem como foco apenas o défice e prevê um novo agravamento da carga fiscal, o que se vai traduzir numa “paralisação da economia” e numa maior degradação dos serviços.
  • Cristina Bernardo
7 Janeiro 2020, 12h26

A ex-líder do PSD Manuela Ferreira Leite considerou esta segunda-feira que “a pior coisa” da proposta de Orçamento do Estado para 2020 (OE 2020) é ser “de continuidade”. Manuela Ferreira Leite diz que este orçamento tem como foco apenas o défice e prevê um novo agravamento da carga fiscal, o que se vai traduzir numa “paralisação da economia” e numa maior degradação dos serviços.

“A pior coisa que se disse sobre o orçamento – e foi o Governo que o disse – é que é um orçamento de continuidade. A política é que o país não fique pior, mas fique igual. Além disso, o objetivo continua a ser, pura e simplesmente, o défice e a política a que o Governo chama de contas certas”, afirmou Manuela Ferreira Leite, nas jornadas parlamentares do PSD, que têm como tema a análise do OE 2020.

A antiga presidente social-democrata defendeu que, nesta na proposta de OE 2020, não é possível ver “um reflexo das políticas necessárias para o país”. Ao invés disso, foca-se apenas no défice e no equilíbrio das contas públicas, mas, segundo Manuela Ferreira Leite, isso “será posto em causa quando houver uma crise”. “E não é preciso uma grande crise, basta uma subida das taxas de juro”, sublinhou.

Para a militante histórica do PSD, “uma política orçamental não pode, de forma alguma, ser avaliada pelo défice”. “Conseguiu-se o equilíbrio das contas públicas à custa de uma deterioração das contas públicas”, referiu, chamando a atenção para a degradação de serviços na área da saúde e educação e mostrando estranheza por este ter sido “um erro de base” de um Governo de Esquerda.

“Este OE ao colocar o défice como o problema número um e o objetivo principal do Governo conduziu a uma visão de futuro que não é suscetível de ser mantida ao longo de muitos anos. Não vamos resolver os problemas do país com superávite. Não se consegue isso com a elevada dívida que temos. Tem de haver crescimento económico”, sustentou a ex-líder do PSD.

Manuela Ferreira Leite criticou ainda a elevada carga fiscal imposta pelo Governo às famílias e empresas e defendeu que o aumento de impostos é contrário ao crescimento económico. “Não conheço nenhum país em que tenha sido possível potenciar o crescimento económico com o nível de impostos igual ao nosso”, disse.

Sobre a carga fiscal no tecido empresarial, Manuela Ferreira Leite considerou ainda que as empresas “não tem margens suficientes para, depois dos impostos, terem margem para grandes aumentos salariais”, que, sublinhou, não são apenas uma reivindicação dos partidos de Esquerda.

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