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Festival da Eurovisão pode ‘reutilizar’ Plano de contingência de Fátima

Operação Fátima foi um sucesso. Agora, o plano de contingência desenhado pode ser aproveitado em eventos que reúnam grandes aglomerados, com especial destaque para o festival que se realiza no próximo ano em Portugal.
27 Julho 2017, 11h12

O plano de contingência preparado para a visita do Papa, a Operação Fátima, correu como planeado e, por isso, será utilizado em outros eventos de grande dimensão como o Festival da Eurovisão de 2018, diz o Público.

A comissão que preparou o plano de contingência do Ministério de Saúde alerta que as recomendações feitas no âmbito do Centenário das Aparições de Fátima relacionadas com a necessidade de reforço do quadro do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), bem como a necessidade de realização de simulacros de resposta a possíveis situações de perigo, podem ser ‘reutilizadas’ para outras situações de grandes aglomerados.

“Houve organização, apoio político, empenho de recursos humanos muito motivados. Foi também uma oportunidade para actualizar planos de contingência em vários hospitais [foram 10 os envolvidos]. Agora, isto deve ser feito de uma forma regular, não apenas reactiva. Um atentado ou uma catástrofe podem acontecer em qualquer momento. É preciso envolver entidades e articular esforços, a máquina tem que estar permanentemente oleada”, explica o presidente da Comissão de Gestão do Plano de Contingência do Ministério da Saúde para as Comemorações do Centenário de Fátima, António Marques, ao Público.

O médico do Centro Hospitalar Universitário do Porto que esteve envolvido na organização de eventos como o Euro 2004 ou o Mundial de Futebol no Brasil (2014) afirma que “é preciso criar uma estrutura para dar continuidade a este projecto, temos que manter acesa esta chama”, adiantando que este “é um trabalho em equipa, em que todo o conjunto perde se alguma das partes não for eficaz”.

A criação da operação teve início largos meses antes da vinda do Papa, com a montagem de um dispositivo de socorro e o contributo do Instituto do Turismo, que distribuiu panfletos com recomendações técnicas.

Apesar do saldo da operação ser positivo, há que alertar para a necessidade de melhorar a interacção com a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e reforçar os meios do INEM que, segundo António Marques “tem que ter um quadro robusto” em que não se sintam as “carências em recursos humanos” que o serviço tem.

O relatório da Operação Fátima, a que o Público teve acesso, salienta que, apesar dos objetivos propostos terem sido na maioria alcançados, há necessidade de desenvolver ferramentas informáticas e uma reserva estratégica de medicamentos que inclua stocks adequados de fármacos.

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