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Fiat e Renault: que números distinguem os dois grupos que se querem fundir?

A Renault já conta com uma aliança estratégica com a Nissan e a Mitsubishi, além da fusão com os russos da Lada, cujo negócio foi 50/50. Caso a Renault aceite a proposta de fusão com a Fiat Chrysler, este será o terceiro grande grupo automóvel.
2 Junho 2019, 17h00

Com o avanço da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para concretizar uma fusão com o grupo francês Renault, as notícias desta circularam por todo o mundo. A ligação que a Renault já mantém com a Nissan e a Mitsubishi parece não travar a vontade de fazer negócio da Fiat Chrysler.

Em Portugal, a FCA tem apenas 7,2% de quota de mercado em venda de automóveis ligeiros de passageiros, enquanto o grupo Renault detém 16,53%.

A Renault nasceu em 1899 e nos dias de hoje é uma marca automóvel reconhecida em mais de 134 países do mundo. A empresa francesa detém ainda diversas marcas de automóveis, como a Dacia, RSM, Lada e fez renascer a Alpine, sendo que em Portugal apenas comercializa Renault, Dacia e Alpine.

Apesar de ser uma empresa privada, o Governo francês detém 15,7 % da empresa. No exercício de 2018, o grupo Renault apresentou vendas que ascenderam a 54.211 milhões de euros, apresentando uma ligeira quebra em relação ao ano anterior.

Até ao último dia de 2018, cerca de 183 mil trabalhadores faziam parte da equipa da empresa francesa que fixou operações em 35 países. Além do comércio de cinco marcas distintas, a Renault fez uma aliança estratégica com a Nissan, em 1999, da qual participa em 43,4% do capital da fabricante japonesa.

Da parceria com a Nissan, nasceram os primeiros veículos elétricos no mercado internacional, que se encontram lado a lado em vendas. Em 2007, a Renault criou outra parceria com os russos da Lada e da AvtoVAZ. Nesta, foi definido que os dois seriam sócios com proporções iguais de 50% de uma sociedade com um propósito específico.

Esta segunda-feira, o quadro de diretores da francesa avançou que a proposta da FCA ia ser examinada sobre uma “potencial fusão 50/50 entre a Renault S.A e FCA”. “Os diretores decidiram estudar com interesse a oportunidade da combinação de negócios”, refere o comunicado, sublinhando que tal poderá criar valor para a aliança.

https://twitter.com/fcagroup/status/1132904667447480320

A Fiat Chrysler, por sua vez, une Itália e a América do Norte. Com a união destas grandes em 2014, juntou debaixo da mesma asa marcas como Chrysler, Jeep, Dodge, Fiat, Alfa Romeo, Maserati, Ferrari e Iveco.

Apesar de se focar nos automóveis ligeiros, o grupo também apostou em automóveis pesados, máquinas agrícolas, motores e sistemas de automação industrial. Presente em mais de 135 mercados mundiais, contam com 102 fábricas espalhadas no globo.

Por a atenção do grupo não estar focada unicamente nos automóveis, a criação de 114 centros de pesquisa e desenvolvimento é essencial para que o mercado seja constantemente atualizado, sendo que até ao fim de 2018 contou com mais de 3,5 mil milhões de dólares (3,13 mil milhões de euros) de investimento.

A venda de 2,3 milhões de automóveis e veículos comerciais até à data não impede a vontade de crescimento do grupo, que ambiciona um mercado mais abrangente. Com 199 mil trabalhadores a nível mundial, estima-se que a FCA tenha avançado com o pedido de fusão com o grupo Renault durante o dia 26 de maio, apesar de só esta manhã se ter tornado conhecido publicamente.

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